Após a pega do novilho na caatinga, os vaqueiros soltam o boi no centro da cidade e, em seguida, é levado para o curral. |
Avilar Carvalho
O engenheiro civil Raimundo Noronha, um apaixonado pela vida campestre, realizou no último sábado, dia 04, a 4ª edição da Pega do Boi, evento que reúne dezenas de vaqueiros e agropecuaristas da região a participarem da brincadeira que, embora não sendo uma competição premiada, hoje se tornou uma prática de esporte rural na cidade.
Com a brincadeira da ?Pega do Novilho?, na qual os participantes escolhem antecipadamente um boi bravio e, em seguida, o animal é solto na caatinga para um dia depois ser caçado pelos vaqueiros, é uma tradição entre os criadores do município de Monsenhor Gil, sobretudo do seu pai, o saudoso agropecuarista Antonio de Noronha Pessoa, que hoje é revivida graças à iniciativa do pecuarista Raimundo Noronha. Ele lembra que seu pai e demais fazendeiros criavam o gado solto no mato. A cada temporada eles organizavam a Pega do Boi, uma festa onde se reuniam todos os vaqueiros da região para pegar o gado que vivia na solta e que seria marcado a ferro, castrado, vacinado e conduzido para áreas onde havia pastos em maior abundância.
Além de ser criador de gado, Raimundo Noronha é também um vaqueiro ativo, que monta em seu cavalo e sai de mata adentro junto com seus companheiros atrás dos animais. Ele diz que ser vaqueiro é uma tarefa difícil, tendo em vista que o gado vive geralmente em áreas de mato muito fechado, cheias de espinhos e galhos secos atravessados nos caminhos e trilhas. ?A labuta de capturar o boi no mato exige do vaqueiro extrema perícia e coragem?, afirma, ressaltando que a brincadeira da Pega do Novilho, que neste ano teve como tema: ?Cantigas de Vaqueiros?, nada mais é do que uma forma de resgatar as tradições culturais do município, e ao mesmo tempo reunir os vaqueiros e familiares, em uma festa de confraternização regada à cerveja, churrasco, almoço e forró pé de serra. Veja fotos.
