A última Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Redenção do Gurguéia em 16/03 foi bastante movimentada.
A Secretaria Municipal de Educação, buscando se adequar a realidade financeira fez algumas ações para contingenciamento de despesas, entre elas a remoção do Ensino Fundamental Maior da Zona Rural para a sede do município, visto que na maioria das comunidades havia turmas de até 03 alunos por sala.
A vinda desses alunos para a sede do município implica em cortes de despesas como contratação de segundo turno, contratação temporária de professor, além de ajuda de custo no transporte para os efetivos que se deslocam da sede para a comunidade. Entre as comunidades, no Brejão, alguns pais resistiram a mudança e vieram à Câmara buscar solução.
Após abertura dos trabalhos pelo Presidente Amparo Gil, foi colocado em pauta um documento “abaixo –assinado” da comunidade. O Presidente pediu para um representante da comunidade explanar os motivos. Raimundo Nunes do Nascimento relatou sobre questões relacionadas às enchentes (uma ponte especificamente), a idade de alguns alunos e a preocupação dos pais principalmente em período chuvoso.
Os vereadores Francisco das Chagas (Chiquinho de Cota), Alcides Guimarães Filho, Daniel Bezerra, Nilda Soares, Bertoldo Mendes (Irmão Berto) e José de Caindinha em suas falas, parabenizaram a comunidade pela iniciativa de buscar o entendimento, se colocaram solidários e a disposição para resolver esse assunto.
Franqueada a palavra ao representante dos professores – Presidente do Sindicato professor Mário Genário Lima – esse disse que o Brejão é um caso a parte. Por se tratar de uma comunidade quilombola, recebe recurso diferenciado e diante da lei, os alunos devem estudar em seu próprio território, valorizando também aspectos culturais.
O Prefeito Municipal Delano Parente em sua fala parabenizou a comunidade pela união e forma democrática de buscarem um entendimento. Ele explicou a situação financeira das Prefeituras, em especial as de 0.6 de FPM – Fundo de Participação dos Municípios. Disse da necessidade de um planejamento a partir de agora para evitar desgastes no futuro, pois ele já herdou 03 meses de atraso da gestão anterior (2012), atrasou 2013, dezembro de 2014 e após o aumento de 13% no piso dos professores em que o governo aumentou o repasse em apenas 6%, a não contensão de despesas agora fica anunciado um desgaste para o final do ano. É uma conta que não fecha.
No entanto, o Prefeito chamou a Câmara, o Sindicato e os próprios pais de aluno para dividir as responsabilidades. Não atribuindo assim toda culpa ao Prefeito, quando no final do ano houver atraso de pagamento. Segundo ele, com o déficit mensal somará mais de R$ 140.000,00 ao fim do ano, equivalente a 50% da folha mensal.
Diante do apelo da comunidade, as partes resolveram marcar uma reunião no dia seguinte (17/03) envolvendo o executivo, legislativo, sindicato, secretaria de educação para encontrarem uma solução.
Nessa reunião ficou acordado que a escola irá funcionar normalmente com o Ensino Fundamental Menor e Maior, atendendo assim os anseios dos pais de alunos.