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Crítica de cinema chama Parque Nacional Serra da Capivara de “ruínas históricas”

A derrapada do longa fica por conta do descarado merchandising do Piauí, patrocinador do filme. As cenas nas ruínas históricas da Serra da Capivara, ao final do filme, ficaram totalmente "sem pé, nem cabeça".

Todo mundo que visita o Parque Nacional Serra da Capivara se encanta com nossas belezas, mas quem não o conhece... Ao comentar sobre o filme "Onde está a felicidade?" exibido no último domingo (10/07) em Paulínia, São Paulo, no Paulínia Festival de Cinema 2011, a crítica de cinema, Melina Marson, disse que ?As cenas nas ruínas históricas da Serra da Capivara, ao final do filme, ficaram totalmente ?sem pé, nem cabeça??.

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Veja a íntegra da crítica:

Durante a exibição de "Onde está a felicidade?" no Paulínia Festival de Cinema 2011 o público caiu na gargalhada em vários momentos e, quando o longa chegou ao fim, foi aplaudido efusivamente pela plateia.

Esse é um bom descritivo sobre o filme de Carlos Alberto Ricelli: agrada ao público em geral, é leve e despretensioso. Um filme de ?sessão da tarde?, que repete a consagrada fórmula da comédia romântica do cinema hollywoodiano, com pinceladas de teledramaturgia brasileira ? leia-se da Rede Globo - e de sitcons norte-americanas.

Quem está a procura da felicidade é Teo (Bruna Lombardi), uma culinarista e apresentadora de TV que descobre a traição virtual do marido, tem seu programa tirado do ar pela emissora em que trabalha e decide, em meio à crise, fazer o caminho de Santiago de Compostela.

Para trilhar o caminho de Santiago, Teo conta com a companhia da espanhola Milena (Marta Larralde) e de Zeca (Marcello Airoldi), diretor do seu antigo programa de TV. Cada um dos três espera encontrar algo diferente no caminho: Zeca quer fazer um novo programa de TV, Milena, ganhar dinheiro e Teo, se encontrar.

O filme acerta no tom do humor, nas atuações de Bruno Garcia (tem um ótimo ritmo em comédias), como o marido de Teo; e de Bruna Lombardi, na produção bem cuidada e nas referências à televisão.

O flerte com a televisão é rico e aparece em vários momentos, como na abertura do programa de Teo, que é muito parecida com a abertura do programa "A Feiticeira"; ou nos diálogos que lembram séries de TV como "Sex and the city" ou "Os Normais", por exemplo.

Por outro lado, Ricelli procura uma ligação com o cinema espanhol de Pedro Almodóvar, mas consegue apenas uma relação visual, plástica. A direção de arte é claramente inspirada em Almodóvar, com suas cores fortes, cenários e figurinos. Mas a proximidade fica por ai, já que o filme não tem a força e densidade da obra de Almodóvar.

A derrapada do longa fica por conta do descarado merchandising do Piauí, patrocinador do filme. As cenas nas ruínas históricas da Serra da Capivara, ao final do filme, ficaram totalmente "sem pé, nem cabeça".

Com quase duas horas de duração, "Onde está a felicidade?" faz com que a platéia não perceba o tempo passar, e agrada em cheio. Um filme que se propõe leve, divertido ? e nada mais. E cumpre ao que veio.

Por Salvador de Castro

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