Camila Pitanga será o destaque durante 4 noites no anfiteatro da Pedra Furada, na Serra da Capivara.
Conhecido por sua riqueza natural, o Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí, se prepara para receber o espetáculo O Duelo, da Mundana Companhia (SP). Inspirada na novela do escritor e dramaturgo russo Anton Tchekhov, a peça conta com a produção dos atores Aury Porto, Camila Pitanga e da produtora Bia Fonseca.
Conhecido por sua riqueza natural, o Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí, se prepara para receber o espetáculo O Duelo, da Mundana Companhia (SP). Inspirada na novela do escritor e dramaturgo russo Anton Tchekhov, a peça conta com a produção dos atores Aury Porto e Camila Pitanga e da produtora Bia Fonseca.
Trazer O Duelo para o Parque Nacional da Serra da Capivara ( Palco Pedra Furada) ? local onde a Mundana se apresenta pela primeira vez, é a realização de um desejo acalentado pela beleza do parque - referência da história do homem americano. Nele há uma enorme riqueza de perspectivas possíveis para repensarmos a trajetória do homem na terra.
A entrada nos quatro dias de apresentações (15, 16, 17 e 18 de agosto), é franca e o número de espectadores limitado a 150 pessoas por noite. Para assistir à peça, patrocinada pela Caixa Econômica Federal via Lei Rouanet, foi preciso pegar senhas distribuídas nas cidades de São Raimundo Nonato e Coronel José Dias. A classificação indicativa é de 12 anos.
Na sexta-feira, dia 16, os integrantes do espetáculo farão um encontro com a população na sede do Museu do Homem Americano, há partir das 14h. O acesso é aberto aos interessados que desejam conhecer os atores e técnicos da companhia. A iniciativa faz parte dos projetos da Fundação Museu do Homem Americano (Fumdham), de integrar a população ao parque incrementando as opções de cultura disponíveis na região.
O escritor russo Anton Tchekhov (1860-1904), que se consagrou como contista e dramaturgo, é também conhecido como um notável novelista. Nome forte dessa vertente é O Duelo (1891), narrativa que aborda a desavença entre duas hombridades e duas ideologias em meio às supostas civilização e barbárie. Ou seja, o conflito entre duplos díspares, mas complementares. Rússia versus Cáucaso, humanismo versus determinismo. A história, inquietante e surpreendente, acontece sob o calor quase alucinógeno do litoral do lendário Mar Negro.
?Desde a primeira leitura dessa novela (O Duelo) fiquei interessado na forma inusitada e irônica como a situação duelar, tão característica da sociedade humana, é superada. E o que me fez idealizar este projeto foi a possiblidade de superação do duelo, no qual necessariamente um homem tem que exterminar o outro para seguir vivo. Essa história nos mostra que podemos superar o duelo em nome da vida.?, diz Aury Porto.
Ele lembra ainda de outro traço desse projeto inovador, que tem a ver com a filosofia da companhia, reforçada em cada montagem: ?Interessa-me muito esse paralelo, esse atrito entre culturas aparentemente tão distantes como a russa e a brasileira?, diz.
A equipe da mundana companhia está sempre em transformação. A cada nova peça, um diretor com afinidades afetivas e estéticas com o projeto e membros da companhia é convidado a integrar a equipe. Para O Duelo o convite foi feito para a atriz e também diretora Georgette Fadel. Esta é a quarta encenação da mundana companhia a partir de um autor russo e encerra, assim, a tetralogia que se iniciou com O Idiota, de Fiódor Dostoiévski.
Os diferenciais que caracterizam a companhia não param por aí. Antes de chegar à Serra da Capivara, a companhia residiu durante seis semanas, entre ensaios e oficinas, em municípios do interior do Ceará. ?Dessa forma, o espetáculo ganha ainda mais fôlego com os elementos resultantes do intercâmbio com o povo e os artistas de cada uma dessas regiões. O objetivo é extrair o máximo da experiência cênica de cada local e transformá-la em algo único, próprio deste espetáculo.? diz Aury Porto.
A diretora do espetáculo, Georgette Fadel, explica a importância de se iniciar a turnê longe do eixo Rio-São Paulo ?Ao sairmos de São Paulo e do Rio de Janeiro, passamos a ver, com o estranhamento de quem chega a um local diferente, a dificuldade e a descoberta de habitar um espaço com características distintas do local de origem, o que é muito rico para a construção do que acontece no palco?, declara.
Fotos: Samuel Ribeiro
*Divulgação de fotos -Autorização pelo telefone (89) 9900-7920 / 8108-0323