Os bancos que operam no financiamento de veículos automotivos ? carros e motos ? suspenderam - exceto os de propriedade direta das concessionárias - as atividades no Piauí na manhã desta sexta, dia 30. O motivo da suspensão é uma cobrança retroativa da taxa Siraf (Sistema de Alienação Fiduciária) no período em que a contribuição esteve suspensa por decisão do governador Wilson Martins. O montante chega a R$ 18 Milhões.
A taxa Siraf é cobrada para o cadastro de financiamento e só existe no Piauí e Tocantins. No início do governo Wilson Martins a cobrança foi suspensa por decisão do governador, mas no final do ano passado a taxa voltou a ser cobrada por decisão do desembargador Luiz Gonzaga Brandão de Carvalho, do Tribunal de Justiça do Piauí. Agora, a empresa Fidúcia Documentação Ltda ? FDL, responsável pelo recolhimento da taxa, quer receber o montante não repassado enquanto a decisão esteve suspensa por decisão do Governo. Os bancos se recusam a pagar o montante alegado e suspenderam a concessão de novos financiamentos no Piauí.
?O diálogo não pode acabar, tem que existir uma forma de sentar o governador Wilson Martins, o representante da Fidúcia, da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) e se chegar a um consenso, porque parando o mercado como estão fazendo hoje todos sairão perdendo. Será um caos. Hoje são 180 lojas de venda de carros no Piauí fora as concessionárias, 12 mil empregos diretos, 100 milhões de reais em financiamentos por mês. Então, essa paralisação é um prejuízo sem precedentes para a economia do Estado. É preciso sentar para se encontrar um consenso. Todos os lojistas estão me ligando, nunca houve nada igual no Brasil?, disse o empresário Douglas Alexandre, presidente da Associação dos Revendedores de Veículos Semi-novos Multimarcas do Estado do Piauí (Agenciauto).