Caso 180 mil: Advogado de José Martinho pedirá desbloqueio do dinheiro

Caso 180 mil: Advogado de Martinho pedirá desbloqueio de dinheiro

O empresário e assessor do Senado José Martinho Ferreira de Araújo explicou durante entrevista ao Jornal Meio Norte que os R$ 180 mil apreendidos pela Polícia Rodoviária Federal em um carro no município de Barreiras, na Bahia, quando viajava de Brasília para o Piauí, no dia 11 de setembro, tem origem na venda de parte de um imóvel situado na Quadra Residencial 318, Conjunto 5, Casa 13, na cidade satélite de Samambaia, na região metropolitana de Brasília. Martinho tem a escritura do imóvel – adquirido em 14 de abril de 2008 - e um contrato de compra e venda de 29 de agosto deste ano – 13 dias antes da apreensão em Barreiras.

Os R$ 180 mil em espécie foram repassados no ato da assinatura do contrato pelo comprador para Martinho e o restante do valor do imóvel será pago via cheque em um prazo de 90 dias, ou seja, em 29 novembro - data em que o piauiense deverá desocupar a parte comercial do imóvel em Samambaia. O dinheiro seria usado para a compra de uma propriedade rural no município de São Miguel do Fidalgo, no sul do Piauí. “A gente que é piauiense sempre quer voltar para o nosso Estado. Apesar do Piauí ser pobre, não incentivar a gente a voltar, é o sonho de todo nordestino voltar à sua terra natal. Aqui [Samambaia] eu construí um ‘prediozinho’, tenho uma loja em baixo e moro em cima. Eu vendi a parte de baixo porque o meu sonho era comprar uma propriedade no Piauí para voltar, porque lá eu crio ovino, caprino e gado. A propriedade seria em São Miguel do Fidalgo”, disse Martinho.

O piauiense explicou porque não usou a rede bancária para a transferência de dinheiro e preferiu levar o montante em seu carro de Brasília ao interior do Piauí. “Lá [São Miguel do Fidalgo] não ia conseguir sacar com facilidade esse valor. Lá eu compro e vendo caprino e ovino, sempre uso dinheiro em espécie, quase não uso banco. A origem do dinheiro é totalmente legal. Sempre falei que o dinheiro é meu, não tem ligação com política como as pessoas falam. Não tem nenhuma ligação nem com o senador [Wellington Dias], nem com ninguém. Vou provar que o dinheiro é lícito e fruto do meu trabalho”, afirmou Marinho. O servidor repudiou o uso político do fato ocorrido em Barreiras. “Estão tentando ligar fatos diferentes que não tem ligação. O dinheiro é meu e seria usado para comprar a propriedade. Está tudo documentado – a escritura do imóvel aqui em Samambaia com o meu nome, o contrato de compra e venda, e os documentos serão mostrados à Justiça”, disse Martinho. O piauiense contou sua história desde a saída do Estado até a conquista da distribuidora de bebidas e materiais para eventos no Distrito Federal. “Em vim para Brasília em 88. Trabalhei em várias atividades. Em 97 comecei a trabalhar em comércio, tinha um bar, restaurante e pizzaria e depois migrei para a área de distribuição. Eu trabalho como motorista no Senado para complementar minha renda. Eu já moro aqui há 25 anos. Eu conquistei as coisas trabalhando bastante. Economizando”, afirmou Martinho

Advogado apresentará documentos à Justiça e pedirá desbloqueio dos R$ 180 mil

O advogado Ademar Vasconcelos confirmou que José Martinho Ferreira de Araújo vendeu parte da propriedade situada na cidade satélite de Samambaia em Brasília para a aquisição de uma fazenda no município de São Miguel do Fidalgo, no sul do Piauí. O advogado contou que vai pedir a restituição dos R$ 180 mil sob a guarda da Justiça. “Nós vamos pedir ao juiz competente a restituição do dinheiro apresentando documentalmente a prova da origem do dinheiro.

O problema é jurídico, não político”, disse Ademar. O advogado confirmou a existência de um contrato de compra e venda e demais provas documentais da origem do dinheiro a partir da venda do imóvel por Martinho. “Há um contrato de compra e venda, a prova do saque do dinheiro, bem como dos cheques que foram dados para pagamento da propriedade de Martinho em 90 dias”, afirmou Ademar. O advogado vai apresentar nos próximos dias a documentação a Justiça.



 

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