Pelo menos R$ 15 bilh?es repassados pelo governo federal a 7.670 organiza?es n?o-governamentais de todo o pa?s entre 1999 e 2006 devem ficar sem apura??o se depender da CPI das ONGs.
N?o foi por falta de documenta??o: pelo menos 22 mil folhas com documentos oficiais, relat?rios de auditorias, ac?rd?os do Tribunal de Contas da Uni?o (TCU) e den?ncias da sociedade civil est?o nas m?os dos 11 senadores da comiss?o.
A oposi??o acusa o governo de atrapalhar as investiga?es, esvaziando reuni?es e evitando quorum para vota??o dos requerimentos, principalmente os que tratam da quebra de sigilo banc?rio.
Para o presidente da CPI, senador Her?clito Fortes (DEM-PI), a base do governo est? sabotando a CPI. ?Vamos enfrent?-los?, diz, comentando que a estrat?gia ? deixar o pr?prio governo resolver depois do resultado das elei?es: ?O descontentamento nas urnas vai provocar mudan?a no cen?rio?, aposta.
Ele promete para depois do per?odo eleitoral fazer vota?es de requerimentos importantes, como o que autoriza a quebra de sigilo das entidades e a convoca??o do ministro chefe do Gabinete de Seguran?a Institucional da Presid?ncia da Rep?blica, general Jorge Armando F?lix.
Convidado para prestar informa?es sobre ONGs, inclusive estrangeiras, que atuam na Amaz?nia, o depoimento de F?lix estava marcado para quinta-feira passada. Mas o general pediu que fosse modificada a data considerando ?in?meras demandas que sobrecarregam as atividades de intelig?ncia do gabinete?, incluindo outra CPI, a dos Grampos.
Mais N?meros da CPI
Reuni?es vazias, requerimentos rejeitados, senadores pouco interessados e disputas pol?ticas. Enquanto o governo quer evitar a qualquer custo o desgaste com as investiga?es, a oposi??o briga para conseguir muni??o. Desde que foi criada a CPI das ONGs, foram feitas somente oito sess?es administrativas em que foram votados 203 requerimentos.
Destes, 184 foram aprovados, sendo apenas 21 de quebra de sigilo, 85 de informa?es, 71 de convoca?es, entre outros. A ?caixa-preta? de 16 entidades est? sendo analisada por t?cnicos da CPI. As contas de Jorge Lorenzzeti, da Unitrabalho, do ex-reitor da UnB, Timothy Mulholland, e do presidente da Finatec, Ant?nio Manoel Dias, tamb?m est?o sob investiga??o. Foi com o esc?ndalo envolvendo os dois ?ltimos que a CPI deixou, por um curto espa?o de tempo, o ?anonimato?.