O deputado federal Paulo Maluf reelegeu-se presidente do diretório estadual do PP de São Paulo, apesar de ser pressionado pela direção nacional do PP, comandada pelo senador piauiense Ciro Nogueira a deixar o cargo. A eleição contestada pelos opositores de Maluf pode ser questionada na Justiça. Ciro convocou uma reunião da direção nacional do partido para discutir o assunto na próxima quinta, dia 04, segundo revelou jornal Valor Econômico.
Ciro foi eleito presidente nacional do PP em abril com o compromisso de melhorar a imagem do partido para 2014.
Um dos objetivos era reduzir o poder de Maluf, alvo de inúmeros processos na Justiça brasileira e condenado pela Justiça da Ilha de Jersey por desvios de dinheiro da Prefeitura de São Paulo. Ciro editou uma resolução em abril que estendia o prazo de validade de 15 diretórios estaduais, entre eles o de São Paulo, até 30 de junho e determinava que não fosse feita nenhuma convenção sem a anuência do partido.
Com o argumento de que o prazo acabou no domingo, Maluf convocou uma convenção para referendar seu nome em chapa única. Os opositores dizem que não havia aval da direção nacional. O edital de convocação da eleição foi publicado no dia 22 de junho no ?Diário Oficial de São Paulo? e no jornal ?Diário de São Paulo?. Os adversários do ex-prefeito dizem que não foram avisados. Também não há qualquer menção à convenção no site do partido. A cerimônia para celebrar a reeleição de Maluf ocorrerá na Assembleia Legislativa no sábado e estão convidados o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito da capital, Fernando Haddad (PT). O PP e Maluf têm cargos em ambos os governos.
Antes da convenção, os outros três deputados federais do partido em São Paulo - Aline Corrêa, Missionário José Olímpio e Beto Mansur - se articulavam para ganhar mais espaço na legenda. Tentavam um acordo para que cada um dos deputados federais indicasse quatro representantes para o diretório - o que reduziria a força do ex-prefeito da capital, que perderia postos na máquina partidária.
Insatisfeito, Maluf articulou a convenção, a despeito da resolução do diretório nacional que vetava eleições internas sem prévia autorização. Segundo o secretário-geral do PP de São Paulo, Jesse Ribeiro, a chapa eleita nesta segunda-feira tem Olímpio como 1º vice-presidente e Mansur como 3º vice-presidente. O Valor procurou ambos ontem para confirmar, mas nenhum respondeu.