“Teresina pode abrigar centro olímpico e receber atletas”, diz Aldo Rebêlo

“Teresina pode abrigar centro olímpico e receber atletas”, diz Aldo Rebêlo

Aldo Rebêlo | Divulgação

O ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, chegou na noite desta quinta, dia 12, em Teresina e concedeu entrevista exclusiva ao Jornal Meio Norte abordando os entraves e perspectivas da gestão federal para a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Aldo falou ainda da preocupação com a acessibilidade durante os eventos internacionais e do incentivo dado aos atletas paraolímpicos. Aldo vem ao Piauí assinar parcerias com governo e prefeituras e na sua chegada revelou que a capital pode receber um centro de desenvolvimento de uma modalidade olímpica para receber atletas antes das Olimpíadas com interesse em se aclimatar ao país. Aldo destaca o apoio dado a atleta piauiense Sarah Menezes, esperança de medalha nas Olimpíadas, e conta que 14 bolsas são disponibilizadas para atletas piauienses, somando repasse de R$ 241 mil por ano. Confira:

Jornal Meio Norte: Qual a expectativa do Governo - quanto a prazo, pontos polêmicos como a liberação da bebida, conflito com a oposição - para a votação da Lei Geral da Copa?

Aldo Rebelo - Nossa expectativa é que a lei seja aprovada rapidamente. Não há grandes conflitos e a questão da liberação da venda de bebidas durante os jogos está resolvida com a solução dada na Câmara dos Deputados. No período da Copa do Mundo, fica suspensa a proibição.

JMN - Porque o atraso nas obras da Copa foi considerado pelo senhor como "desprezíveis"?

AR - Se eu usei a expressão "desprezíveis", foi no sentido estatístico. Muitas vezes, quando os índices são muito pequenos, não são levados em consideração. O que eu tenho afirmado, e vou seguir afirmando, é que tudo estará pronto para fazermos a melhor Copa de todos os tempos.

JMN - Qual a lição aprendida com o caso Jérôme Valcke e que posicionamento deve ser tomado a partir de agora por gestores públicos e parlamentares quando a relação com a Fifa?

AR - O posicionamento do governo e de todas as instituições brasileiras envolvidas na organização da Copa nunca mudou nossa relação com a Fifa. Sempre foi um relacionamento institucional. O governo brasileiro atua para fazer um evento que orgulhe não só o Brasil, mas todos os que participarem dele e, principalmente, para que os interesses do País estejam preservados.

JMN - O Piauí é referência na inclusão das pessoas com deficiência. Esse é um tema muito próximo dos piauienses. Como essas pessoas serão tratadas nos jogos da Copa e nas Olimpíadas?

AR - As pessoas portadoras de necessidades especiais têm seus direitos garantidos em leis. Esses direitos serão preservados com lugares especiais, acessibilidade. Nas competições, nossos atletas paralímpicos têm conquistado importantes vitórias em competições internacionais. No último Parapan, em Guadalajara, o Brasil ficou em primeiro lugar no quadro de medalhas. O Comitê Paralímpico Brasileiro e os atletas recebem apoio do Ministério do Esporte. Na mais recente lista do Bolsa-Atleta, que contempla as modalidades dos programas olímpico e paralímpico, são 1.184 competidores paralímpicos beneficiados.

JMN - Qual ao montante de investimentos dispensado pelo Ministério dos Esportes atualmente para o Piauí? Quais são as Prefeituras e o volume de recursos e ações que serão adotadas a partir dos convênios que serão assinados nesta sexta no Programa Segundo Tempo no Estado?

AR - Até 2011, 39 municípios do Piauí tinham recebido cerca de R$ 8,5 milhões do Orçamento do Ministério do Esporte para aquisição de equipamentos, reformas e construção de espaços para a prática de esportes. Outros R$ 25 milhões de emendas parlamentares para infraestrutura esportiva também foram liberados no período e beneficiarão mais de 100 municípios. O Programa Segundo Tempo atende perto de 50 mil estudantes no Estado em convênios com prefeituras, com a Fundação de Esportes do Piauí e com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia aqui do estado.

JMN - Como o senhor avalia a aplicação da Lei de Incentivo ao Esporte no Piauí. A iniciativa do projeto o projeto Nadando para o Futuro?

AR - Vou conhecer de perto o projeto Nadando para o Futuro nesta sexta-feira. Pelas informações que tenho vai muito bem. Essas parcerias com as Forcas Armadas, que têm muita tradição na educação física, na formação esportiva, são muito importantes. Soube que alguns integrantes do Nadando para o Futuro vão disputar, nos próximos dias, uma competição no Maranhão e que o desempenho deles nas salas de aula melhorou bastante. A Lei de Incentivo ao Esporte tem esse objetivo: garantir mais acesso à pratica esportiva e estimular as empresas a investirem na formação dos jovens.

JMN - O Piauí tem uma atleta com chance de disputar as Olimpíadas do Rio. Sarah Menezes é referência nacional no judô tendo sua formação e treinamento ainda hoje realizados no Piauí. Como o Ministério dos Esportes pode participar na criação de novos talentos como Sarah Menezes?

AR - A Sarah é uma importante judoca brasileira. Em junho, ela pode conquistar uma vaga para os Jogos de Londres. Para apoiar os talentos do esporte, o Ministério do Esporte mantém o Bolsa-Atleta, maior programa do mundo de apoio financeiro individual a atletas. No estado do Piauí, são 14 beneficiados pelo Bolsa-Atleta, com destinação de mais de R$ 241 mil por ano. A Sarah é bolsista na categoria olímpica. Além do Bolsa-Atleta, a Lei de Incentivo ao Esporte, o Programa Segundo Tempo e a Lei Agnelo/Piva, que destina recursos das loterias para os clubes, também ajudam na formação de atletas. Em breve, teremos uma Política Nacional de Esporte, com metas definidas, planos de longo prazo. Assim, o talento dos nossos atletas terá o apoio de que precisa para conquistar mais medalhas nas competições de alto rendimento.

JMN - O Piauí tem duas expressivas praças esportivas. O Ginásio Verdão e o Estádio Albertão, ambos subutilizados. Como o Ministério dos Esportes pode investir para fomentar a prática esportiva e a presença da sociedade nesses espaços esportivos?

AR - O Piauí é um estado com uma história gloriosa, de importância fundamental para o crescimento do Brasil. As parcerias que o Ministério do Esporte mantém com estados e municípios visam exatamente a essa utilização mais racional dos espaços disponíveis. A Política Nacional de Esporte, a realização aqui da Copa de 2014 e dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 também serão fatores de incentivo à pratica esportiva e ao melhor aproveitamento dos estádios e ginásios. A Copa e as Olimpíadas são uma oportunidade não apenas para o esporte, mas para o desenvolvimento do Brasil. Vamos nacionalizar os benefícios propiciados às cidades-sede da Copa e das Olimpíadas. Teresina, por exemplo, pode abrigar um centro de desenvolvimento de uma modalidade olímpica. Antes do Mundial e dos Jogos do Rio 2016, pode receber atletas estrangeiros que teriam condições de se aclimatar ao país. É uma forma de mostrar o Brasil e de integrar o país como um todo nesses megaeventos esportivos, que não podem ficar restritos a poucas capitais.

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