O Ministério Público da Bahia (MP-BA) convocou uma audiência pública sobre o caso envolvendo Claudia Leitte que retirou o nome do orixá Iemanjá e trocou por Yeshua na música "Caranguejo".
A denúncia foi formalizada pela Yalorixá Jaciara Ribeiro, sacerdotisa do Ilê Axè Abassa de Ogum, e pelo Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras (IDAFRO).
Publicada nesta quarta-feira (8), a portaria do MP-BA dá 15 dias para Leitte se manifestar sobre a denúncia e ainda notifica os compositores da canção para se pronunciarem também.
"Diante da representação formulada pela Iyalorixá Jaciara Ribeiro e pelo Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras (IDAFRO), o Ministério Público do Estado da Bahia, por meio da Promotoria de Justiça de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa, instaurou inquérito civil para apurar os fatos noticiados", afirmou o órgão.
Sob o comando da promotora Lívia Sant’Anna Vaz, o MP baiano quer apurar eventual responsabilidade da artista por danos morais causados à honra e à dignidade das religiões de matriz africana.
A audiência pública para debater sobre o assunto ocorrerá no dia 27 de janeiro no auditório do órgão, em Salvador.
FALOU PELA 1ª VEZ
Claudia Leitte se pronunciou após ser denunciada ao Ministério Público da Bahia (MP-BA) por racismo religioso. Antes se apresentar no Festival Virada Salvador 2025 na madrugada do dia 30 de dezembro, a cantora concedeu uma coletiva de imprensa e pontuou que racismo tem que ser discutido com muita seriedade e que preza pelo respeito.
''Eu acho que esse assunto é um assunto muito sério. Daqui do meu lugar de privilégios, racismo é uma pauta para ser discutida com muita seriedade e não de forma tão superficial. Então eu prezo muito pelo respeito e pela sororidade. A gente não pode negociar esses valores de jeito nenhum, nem colocar isso dessa maneira jogada ao tribunal da internet'', afirmou.