SEM COMPRA DE VOTOS O mercado de voto está inflacionado em Teresina. Na última semana da campanha eleitoral, no começo de outubro, os candidatos a vereador planejam arrebatar votos por valores que vão de R$ 100 a R$ 600.
O cálculo modesto é que um candidato com bala na agulha invista R$ 1,5 milhão em 15 mil votos, a R$ 100 a cabeça. Desses, se conseguir 6 mil nas urnas está no lucro (é a famosa quebra).
Mas os candidatos ainda mais turbinados vão gastar R$ 200 por eleitor. O investimento sobe para R$ 3 milhões.
E há quem calcule até R$ 600 por voto, jogando a cotação para a estratosfera.
E QUEM NÃO COMPRAR?
No entanto, há candidatos que apostam no voto orgânico, aquele conquistado ao longo dos anos graças a trabalhos sociais, educacionais, rede de relacionamentos, categorias profissionais e causas de impacto.
Embora admitam que a concorrência é injusta, eles estão em campo fazendo reuniões menores, adesivaços familiares e estreitando laços já existentes.
Um exemplo é o candidato Wilson da Educação, professor da rede pública que disputa uma vaga na equilibrada chapa do PDT na capital.
"Não tenho dinheiro para comprar votos e mesmo que tivesse eu não compraria. Sou de origem humilde e sei da importância de escolher quem está disposto a fazer algo concreto pela população", conta.
Wilson da Educação é filho de filho de uma vendedora de creme de galinha, que o educou e o fez professor aos 22 anos. Ele tem força no meio educacional e aposta nisso para conseguir uma das 4 vagas ambicionadas pelo PDT.
O professor era do PT e tem amizade pessoal com o candidato a prefeito Fábio Novo (PT), que ele e a sigla apoiam.
Ele vai lançar sua candidatura em evento com cerca de 500 pessoas na zona Norte, onde tem mais força.