O governador do Ceará, Elmano de Freitas, anunciou a retirada do Mausoléu do ex-presidente Castelo Branco, localizado na Praça da Abolição, em Fortaleza. "O Palácio da Abolição não ficará o mausoléu de quem apoiou a ditatura", afirma o chefe do Executivo. O escritor Lira Neto, autor da biografia do militar, reagiu ao anúncio : "como biógrafo de Castello, concordo integralmente com a medida".
Em entrevista ao blog, o biógrafo de Castello Branco afirmou ser contra qualquer homenagem a participantes da ditadura militar. Lançado em 2019,pela Companhia das Letras, Castello, a Marcha para a Ditadura" conta a história do primeiro presidente da ditadura instaurada em 1964, que exercia poder quase absoluto nos primeiros anos pós golpe."Castello foi um dos principais conspiradores do golpe que depôs o presidente constitucionalmente eleito, João Goulart. Foi o grande articulador dos quartéis com empresariado e agronegócio",explica Lira Neto.
Ao fazer o anúncio da mudança, o governador cearense informou que a retirada é uma forma de reparar a decisão anterior de homengear um dos integrantes da ditadura militar brasileira. "Penso que é algo muito importante [...] para a memória futura das novas gerações [...] para que nossa juventude possa efetivamente conhecer os horrores, mas também conhecer a bravura de jovens que lutaram pela democracia no nosso estado", diz: "O Palácio da Abolição não ficará o mausoléu de quem apoiou a ditatura", finaliza
Em susbsituição ao mausoléu, será construido um monumento em homenagem aos líderes abolicionistas cearenses, como o Dragão do Mar.