Com aquecimento global, Teresina terá 360 dias de B-R-O BRÓ, diz estudo

As projeções foram feitas a partir do aumento da temperatura média a partir de 1960 com projeção até 2089. Capital já registra efeitos das mudanças climáticas

Enquanto o resto do planeta  projeta os efeitos mais graves das mudanças climáticas para 2030, no Piauí, o cenário de aquecimento  provoca o  aumento da temperatura e a antecipação em 2 meses, do período de calor extremo. A conclusão está no Diagnóstico para o Centro de Eficiência em Sustentabilidade Urbana da UFPI (CESU), projeto desenvolvido por pesquisadores da Instituição. A partir de dados do Special Report on Global Warming (2019) " reforça a urgência de alavancar estratégias de enfrentamento e de sustentabilidade e resiliência é imperativo em um cenário como o de Teresina, no qual vulnerabilidades ambientais e socioeconômicas se sobrepõem e são intensificadas diante da crise climática"” conclui .

O relatório traz prognósticos assustadores para Teresina quando se trata de aquecimento. A análise das temperaturas registradas na capital piauiense entre 1960 e a projeção até 2089 aponta que, no período, há uma elevação constante da média anual . Enquanto na década de 1960, a cidade teve 240 dias com a temperatura acima de 32oC, em 2017, esse total subiu para 340 e a projeção é que, se nada for feito para diminuir o aumento, Teresina terá apenas 5 dias no ano com temperaturas abaixo dessa medição.Em bom piauiês, serão 360 dias de B-R-O Bró.  A fonte de pesquisa para a projeção é um estudo da  National Aeronautics and Space Administration (NASA), publicado em 2018, pelo New York Times. 

Agora é a vez do Ju-Ju

O  documento do CESU também chama a atenção para os efeitos da  antecipação do período de calor mais intenso em Teresina, que  ocorre de setembro a dezembro, quando são registradas temperaturas máximas acima de 40 graus e a umidade relativa do ar chegando a 20%. "Desconforto  térmico, baixa produtividade do trabalho e aumento da incidência de doenças respiratórias"são algumas das consequências para os moradores da capital, que também sofrem com os incêndios espontâneos ou provocados pelo homem e registrados na área urbana e rural. Os meses de junho e julho, que antecedem o período, já apresentam aumento de temperatura e menos ventos. Nesta segunda-feira, 1, a temperatura máxima chegou aos 35 graus 

A localização da capital, entre os  pelos rios Poti e Parnaíba, tem parte das moradias em áreas propensas a enchentes, inundações e deslizamentos, eventos que podem ser agravados com a crise climática. "Além de aumentar as temperaturas em Teresina, as mudanças climáticas exacerbam fenômenos climáticos extremos. No município isso representa tempestades mais intensas e aumento da duração da estação chuvosa " alertam os pesquisadores. Tais fenômenos "tendem a se tornar mais frequentes e graves, com impacto na oferta de infraestrutura e serviços, representando perdas econômicas para o município e agravando a exposição ao risco de famílias em situação de vulnerabilidade " 

A conclusão do Diagnóstico é que Teresina apresenta "alta vulnerabilidade à mudança climática, extrema exposição, alta sensibilidade e baixo risco com relação à capacidade adaptativa

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