Em manifesto divulgado pela Federação das Associações de Empregados Caixa (FENAE) repudia "uso político da Caixa Econômica Federal", numa alusão às especulações de que o Centrão também quer assumir o comando do banco público. "Não vamos permitir a volta da Caixa para as páginas policiais", diz outro trecho do documento, publicado nesta segunda-feira, 10, no site oficial da entidade.
Outro manifesto, mais incisivo, foi divulgado no final de semana no site da Associação de Empregados da Caixa de São Paulo. O texto relaciona diretamente as informações de que o Centrão quer o cargo exercido por Rita Serrano e chega a mencionar o nome apontado por jornalistas como o preferido pelo grupo liderado pelo PP. "Alguém com o histórico de Gilberto Occhi, ou outra pessoa comprometida com os mesmos valores do “Centrão”, que supostamente apoiaria sua nomeação, representa um retrocesso para a Caixa e seus empregados, e merece todo o nosso repúdio", afirma o texto ( íntegra abaixo)
" Nos últimos dias, meios de comunicação de grande alcance têm publicado que pode ocorrer, nos próximos dias, uma troca na presidência da Caixa. Segundo as publicações, partidos do Centrão têm pressionado o governo para conseguir o comando de uma estatal, e entendem que esta possa ser a Caixa Econômica Federal.
A Apcef/SP sempre defendeu, defende e defenderá a defesa dos direitos dos empregados e o fortalecimento da Caixa enquanto empresa pública. Sendo assim, queremos para a empresa um projeto que tenha como norte a reconstrução e fortalecimento da Caixa e de suas relações de trabalho.
Desta forma, o conteúdo das publicações nos causa grande preocupação, já que, além da temeridade de se cogitar que a Caixa seja utilizada como “moeda de troca”, o nome supostamente pretendido pelo “Centrão” para presidir a Caixa é de um dos responsáveis por perpetrar um rastro de destruição na empresa: quando presidente do banco, Gilberto Occhi deixou como legado a implementação do teto estatutário que limita o financiamento do Saúde Caixa, a extinção da função de caixa, a criação do motivo de descomissionamento que impede a incorporação de função, a retirada de milhares de funções de gerente PJ por meio da verticalização, o embrião do processo de fatiamento da empresa com a criação de subsidiárias, a mudança na política comercial da Caixa limitando a concessão de crédito e abrindo espaço para os bancos privados, entre outros malfeitos.
A hipótese de ter na presidência da Caixa alguém com o histórico de Gilberto Occhi, ou outra pessoa comprometida com os mesmos valores do “Centrão”, que supostamente apoiaria sua nomeação, representa um retrocesso para a Caixa e seus empregados, e merece todo o nosso repúdio".
A atual presidente da Caixa, Rita Serrano é funcionária de carreira da Instituição. A nomeação dela foi celebrada pelos empregados, depois da passagem desastrosa de Pedro Guimarães. Presidente no governo Bolsonaro, ele foi denunciado, juntamente com outros diretores, por assédio moral e sexual de empregados.