A grife de luxo Balenciaga ataca novamente! Depois da polêmica bota com respingos de tinta, lançada este ano, a marca colocará no mercado, a partir do dia 16, o sneaker Paris Full Destroyed (totalmente destruído). O modelo já foi anunciado na página oficial e pode custar até R$ 10 mil reais.
O sneaker está disponível nas versões mule (US$ 495/ R$ 2,6 mil) e de cano alto US$1,8 mil/R$10 mil).
Embora o estilo destroyed seja uma tendência consolidada na moda há alguns anos, é difícil não associar o lançamento da grife espanhola à Guerra na Ucrânia. Principalmente porque os primeiros modelos de divulgação são em tom de cinza, a mesma usada pelo presidente ucraniano Volodymyr Zelensky em todas as suas aparições na mídia desde o início do conflito. Apesar do mau gosto de que a destruição de vidas humanas possa inspirar um item fashion, o calçado tem tudo para emplacar à exemplo da bota suja que está esgotada – apesar de ter virado meme.
Sim, as guerras mundiais promoveram a mudança de hábitos do vestuário. No primeiro conflito, por exemplo, com os homens cumprindo alistamento militar, as mulheres passaram da condição de donas de casa a operárias nas fábricas e indústrias, o que levou à uma adequação das roupas do dia a dia. Saíram os trajes apertados e elaborados e entraram as calças, que faziam parte dos uniformes dos operários.
Foi também em um contexto de guerra que se popularizaram casacos como o trench coach, com muitos bolsos e compartimentos. Ou seja, a moda feminina deixava de ser decorativa para tornar-se utilitária. Não é o caso do lançamento da Balenciaga que nos remete muito mais à era em que uma filha faz uma selfie diante do caixão do pai e turistas se arriscam para exibir sua maquiagem diante de desastres ambientais.
Nada que abale a condição da Maison Balenciaga, fundada, em 1937, em Pàris, pelo estilista espanhol Cristobal Balenciaga. Desde então, a grife se associou ao sinônimo de luxo e apresentou ao mundo algumas criações icônicas como o chapéu-véu, para acompanhar os vestidos de noiva (1867), a “manga melão”, usada ainda hoje, o vestido saco e a túnica baby-doll. O criador da Casa Balenciaga, definia o costureiro como “arquiteto no design, um escultor na forma, um pintor na cor, um músico na harmonia e um filósofo na medida”. O que ele acharia do sneaker Paris?