Piaui: 100 espécies de peixes podem desaparecer pelo aquecimento global

Estudos apontam que o aumento da temperatura dos oceanos impacta reprodução e crescimento dos peixes e população mais afetada é a de águas tropicais

Pescada amarela, robalo e caranguejo-uçá são iguarias da culinária do litoral, cada vez mais distante da mesa dos piauienses e dos turistas. Além delas, pelo menos 133 espécies de pescado presentes nas Bacia do Delta estão ameaçados de desaparecer pelo aquecimento global que já provoca o aumento do nivel da temperatura nos oceanos. "Não vai ter peixes para todo mundo", alerta o Prof.Dr.Cezar Fernandes, engenheiro de Pesca e pesquisador da Universidade Federal Delta do Parnaíba (UFDPAR).

Em entrevista ao Programa Notícias da Boa (TVJMN Canal 20.1), o pesquisador afirma que o aquecimento dos oceanos, que duplicou nas últimas 2 décadas, provoca um desequibrio no ecossistema costeiro com grave impacto à fauna e flora marinhas e tais impactos com efeito em cadeia, Embora ele destaque que o Delta do Parnaíba ainda é um local preservado, sobretudo por causa do trabalho do ICMBIO e de projetos de conservação que atuam na região. "Ainda temos peixes de tamanho e pesos que não temos em outros lugares do Brasil por esses ambientes estarem degradados", diz. Porém, o Prof. lembra que as mudanás climáticas são mais um vetor ä condição de degradação do meio ambiente."Os peixes aceleram o metabolismo, se reproduzem menos e cresçam tamanhos menores", explica.

Relatório da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) aponta  que 2023 foi o ano mais quente já registrado para as temperaturas oceânicas. De 1960 até os dias atuais, o oceano perdeu 2% do seu oxigênio e teve aumento do índice de acidez em 30%. as projeções revelam que esse indicador pode chegar a 170% até 2100.Outro dado alarmante é que o nível do mar aumentou 9 cm ao longo de 30 anos. Um fenônemo que chama a atenção é a tropicalização dos oceanos. "Os peixes tropicais estão migrando para as regiões sub-tropicais e estes, para as águas frias de regiões temperadas. É um efeito global que se repete no Brasil, ou seja, peixes das regiões sul e sudeste estão migrando para as águas geladas do Uruguai e Argentina", afirma."Teremos futuros problemas no aspecto da legislação internacional ", completa.

Peixes de água doce podem desaparecer

Outro efeito preocupante é o que chamamos de salinização, que afeta lagos, estuários, diferentes ambientes. "As águas salgadas estão invadindo os  ambientes mais heterogêneos, onde existe água doce. Quando isso acontece, temos mudança drástica. "No futuro, só teremos peixes mais resistentes a  altas temperaturas e ambientes salinizados", diz. "O aquecimento global vai provocar ums desertificação desses ambientes tropicais porque também haverá menos reprodução, falta de alimentos para a população marinha",afirma o pesquisador. "Isso mostra nossa responsabilidade para cuidar desses ambientes"

Podemos dizer que o maior efeito em termos de população natural é a pesca. Temos um crescimento explonencial da população hiumana e demanda "Não tem mais peixe para todo mundo", finaliza.

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