Mulheres sofrem as consequências das guerras, que são decididas pelos homens, entende a socioóloga Janja da Silva, primeira-dama do Brasil, em artigo publicado nesta segunda-feira, 31, no Le Monde. Apesar da frase de impacto, o texto, na verdade, é uma defesa da participação feminina em todos os momentos da vida de uma Nação, incluindo conflitos e acordos de paz, já que são excluidas das decisões, na visão de Janja.
A publicação do artigo no importante períódico francês projeta a imagem de Janja e fortalece o papel que ela quer resignificar: o que primeira dama para além do efeito decorativo. " Começando a semana com esse artigo publicado hoje (...) Nele eu reflito sobre o papel feminino na construção da paz e a importância da presença das mulheres nos espaços políticos de decisão", escreveu em suas redes sociais.
A primeira dama tem acompanhado o presidente Lula em todas as agendas internacionais. Em maio, o casal foi ao Japão, para a Cúpula do G7 e visitou o Museu Memorial da Paz, em Horishima. "A visão das ruínas deixadas pela explosão nuclear, rodeadas pelos edifícios da cidade reconstruída, impõe-se e obriga-nos a pensar nas graves consequências das guerras, e nos possíveis meios de as ultrapassar", diz.
No artigo, a socióloga defende a busca da paz, repetindo a posição adotada por Lula, em relação à Guerra entre Rússia e Ucrânia "Não é apenas um dever moral, mas também uma obrigação política de todos aqueles que estão comprometidos com um mundo de equidade e justiça".
Janja também afirma que a cada novo conflito iniciado no mundo, a ppopulação mais vulnerável é exposta às piores consequências e aumentam as desigualdades, inclusive de gênero. "É impossível, portanto, nestas condições, imaginar poder superar as guerras e construir a paz sem a participação efetiva das mulheres", opina, chamando a atenção, em especial, para "o preço pago por mulheres, meninas e crianças durante a guerra e depois delas""