A situação de calamidade dos yanomamis, exposta ao mundo a partir das imagens de desnutrição de doenças como malária e verminoses, do abandono de crianças e idosos, não era novidade para o governo federal, que acompanhou, inerte, o processo que culiminou com a morte de 570 indígenas nos últimos quatro anos. O então presidente Jair Bolsonaro ignorou 21 apelos de socorro de entidades ligadas aos indígenas e decisões do STF que determinavam providências. No mesmo dia em que o presidente Luís Inácio Lula da Silva foi à Roraima e se deparou com o horror, no Piauí, imagens do Quilombo Mimbó, em Amarante, onde também vivem povos originários traziam uma outra realidade. O governador Rafael Fonteles (PT) escolheu o local para sua primeira viagem ao interior, desde a posse em janeiro, uma promessafeita durante aos quilombolar durante a campanha eleitoral.
As políticas públicas de preservação dos povos originários e da estruturação e regulamentação do território onde vivem foram intensificadas no último mandato do ex-governador Wellington Dias e na gestão de Regina Sousa ( na foto, a recepção feita à secretária, durante visita ao Mimbó neste sábado) Além da entrega dos títulos de terra para centenas de moradores de áreas indígenas e comunidades quilombolas, houve avanços na melhoria das condições de vida.
Na pandemia de Covid19, o Piauí priorizou a vacinação nas áreas ocupadas por povos originários. Ao todo, 25.193 quilombolas receberam as doses da vacina AstraZeneca/Fiocruz, em uma ação pioneira no país. Somente no Mimbó, 510 pessoas foram imunizadas
Para o deputado estadual Fábio Novo (PT), a coincidência das suas imagens - a situação dos yanonamis, que deveriam estar sob a proteção do governo federal e as ações estaduais no quilombo de 203 anos expóe duas realidades distintas e escancara as diferenças entre os governos . "Em comum os dois momentos exibem a sensibilidade de governos com atenção para os mais pobres, historicamente alijados das políticas públicas e ainda respeito aos primeiros e aos direitos humanos. Por aqui, seguimos de esquerda e avançando no respeito e nas conquistas dos nossos povos originários ", opina.
Já o secretário de governo, Marcelo Nolleto, diz que "a escolha da primeira agenda oficial no interior do Piauí demonstra que o governador é ciente de que, para além da vulnerabilidade econômica, há uma dívida social histórica a ser reparada e que o legado da política social dos antecessores ( Sousa e Dias) será intensificado. " O governo cuidará de todos os piauienses, mas a prioridade será para aqueles que mais necessitam!"