Exclusivo Sem Bolsonaro, direita latinoamericana junta Moro, Caiado e Tereza Cristina

De olho na sucessão de Lula, opositores se unem ao recém criado Grupo “Liberdad y Democracia” dos ex-presidentes da Argentina e Chile e Juan Guaidó

O ano de 2026 está bem aí e opositores do Governo Lula se articulam internacionalmente para conseguir aliados. Os senadores Sérgio Moro (UNião-SP), Tereza Christina (PP-MS) , Eduardo Girão (Novo-CE) e o governador Ronaldo Caiado (PL-GO) participaram, em Buenos Aires, do Encontro "Las ideas de la Libertaden la Política del futuro". O evento foi idealizado pelos ex-presidente da Argentina, Mauricio Macri, e do  Chile, Sebastián Piñera. 

 Líder do PP no Senado, Tereza Cristina falou fez uma conferência com o  tema “Liberdade Econômica e Fortalecimento do Setor Privado: as chaves para o desenvolvimento”, em que abordou as especificidades da conjuntura econômica do Brasil, bem como os avanços obtidos no período 2018-2022. Segundo a ex-ministra da Agricultura de Bolsonaro, "o governo passado enfrentou desafios significativos, incluindo crises econômicas globais, ambientais e políticas, mas sempre manteve um rumo claro em relação às prioridades de política econômica, com responsabilidade fiscal, controle de despesas e venda de ativos que garantiram bons resultados nas contas públicas"

O Grupo Liberdad y Democracia foi criado em 2023 "ante ao avanço da esquerda na regiao" e "se contrapõe ao Foro de São Paulo e Foro de Puebla". Na composição, estão ex-digirentes de vários países, cujos grupos políticos, foram derrotados nas eleições recentes, como Piñera e Macri, além  do atual presidente do Equador, Guillermo Lasso, dos ex-presidentes da Colômbia, Andrés Pastrana, do Paraguai, Mario Abdo, do México, Vicente Fox, e Felipe Calderon, e da Espanha, José María Aznar. O ex-presidente Jair Bolsonaro não participou do Encontro.

A candidata à presidência da Argentina, Patricia Bullrich, foi uma das conferencistas do evento, ocasião em que fez um alerta sobre as eleições que acontecem no próximo mês. Representante da corrente de Direita "Juntos por El Cambio", Bullrich apelou para o DNA do Grupo ao fazer um alerta sobre uma eventual vitória nas urnas do  extremista Javier Milei . Não pelos riscos de um governo que promete romper relações com os principais parceiros comerciais da Argentina - incluindo China e Brasil, ou pelo risco da perda de direitos sociais, uma das ameaças do candidato. Mas porque, segundo a política , caso Milei seja eleito, haverá "um retorno rápido do  kirchnerismo "corrente de esquerca liderada ela atual vice-presidente do país, Cristina Kirchnei.

Em agosto, logo após a realização das primárias argentinas que deram maioria para o extremista Milei, Moro usou a Tribuna do Senado para parabenizar o povo argentino ."Embora esses rótulos sejam bastante complicados, perfilham a direita ou a centro-direita do espectro político e ambos professam uma crença num estado que valoriza a iniciativa privada, uma fé mais liberal, a economia de mercado e, igualmente, um rigor, uma severidade na segurança pública que precisamos fazer, dado, infelizmente, ao avanço a que assistimos, na América Latina, do narcotráfico — disse.

DINHEIRO PÚBLICO

A ida dos senadores ao evento que não é de interesse do país, visto que discute questões de natureza ideológica dos integrantes, provocou polêmica. Na licença aprovada pelo Senado, a viagem de Moro foi classificada como "Missão" e teve ônus para o Parlamento Brasileiro.O requerimento de Tereza Cristina é semelhante e tambêm prevê que os gastos com a viagem foram custeados pelo Senado. Já o senador Girão não publicou a informação na página de transparência e gastos, onde podem ser encontradas as informações. Já a viagem da  deputada Rosângela Moro não foi incluída como missão oficial, segundo o Portal da Câmara  

As missões oficiais são  regulamentadas pelo Ato da Mesa 31/2012 e "atendem a convites de Parlamentos de outros países e organismos internacionais com os quais a Câmara se relaciona, mediante solicitações de deputados, comissões permanentes e temporárias e grupos temáticos". A  Fundação Libertad e pelo Grupo Libertad y Democracia é uma entidade privada. 

Segundo o Portal do Senado, "quando em viagem oficial, tem direito a passagens aéreas e diárias. As passagens podem ser emitidas pelo Senado Federal ou compradas pelo próprio parlamentar para posterior ressarcimento. No caso das diárias, pode haver devolução do valor correspondente em caso de cancelamento da viagem ou em razão da necessidade de um retorno antecipado". Os valores referentes à atual missão dos três parlamentares não foram divulgados mas uma estimativa a partir dos custos de passagens ( cerca de R$ 13.500 em classe econômica) , diárias ( R$ 17.524,00) , hospedagem em hotel 4 estrelas ( cerca de R$ 10.000,00) revela que a exposição  das ideias da direita brasileira para os hermanos não sairá por menos de de R$ 42 mil ao Parlamento

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