“Só quero que 2021 acabe”, diz técnica que atendeu paciente no chão

abalada com o episódio, a profissional se afastou da UPA. Estava à beira da exaustão

"Eu só quero que esse ano acabe"! O desabafo é da técnica de enfermagem Polyena Silveira que, em março deste ano, foi uma das integrantes da equipe médica que atendeu, no chão, um paciente com quadro grave respiratório, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Promorar.Apesar das tentativas de reanimação, o homem morreu. " Quando ele chegou, não tinha leito, nem maca. Então, nós pedimos que o parente que o trouxe, o deitasse no chão e todos fizemos o mesmo. O médico ficou de joelhos para entubá-lo. Ele foi desfibrilado e fizemos seis tentativas de reanimá-lo", conta a profissional.

Em entrevista ao Programa Notícias da Boa, daTV Jornal MN, a técnica disse que lembra daquele dia " como se fosse hoje". Polýena estava iniciando um plantão de 24 horas. Naquele dia, a UPA estava lotada. Foi quando o homem chegou sem conseguir respirar. Após participar da tentativa frustrada de recuperar a saúde do paciente, Polyena ainda precisou cumprir uma escala extra de mais 12 horas de trabalho. "Eu cheguei na minha outra unidade de trabalho em um estado emocional que precisei dos meus amigos para me apoiarem e só conseguí trabalhar e atender todos os pacientes, graças a eles".

Com oito anos de profissão, Polyena recebe um salário mínimo acrescido de alumas vantagens e os plantões extras são necessários para complementar a renda." Alguns colegas próximos têm vencimento de 800, 900.reais. Temos direito à progressão de dois em dois anos que está sendo retirada de nós. Nosso piso salarial defasado e ainda hoje

lutamos para mudar essa situação, diz referindo-se ao Projeto de Lei que tramita na Câmara Federal. " Enfermagem não vive de romance", desabafa.

Após o episódio, Polyena precisou se afastar do trabalho na UPA. "Mexeu muito comigo", conta. "Acompanhei meus amigos de profissão, uns deperessivos ou tros procurando ajuda. "Sinceramente, foi uma exaustção ao extremo. Às vezes, quando voltadva do trabalho, eu entava poupar minha família. Mas eu chegava em casa e desabava.Não tem como nosso stresse e emocionar não reflertir na nossa vida familia", conta emocionada.

Quase um ano depois daquele atendimento, ela diz : "hoje eu sou outra Polyena, mais forte. Não estou pronta para outro episósio mas estou prionta para atender e tentar trazer de volta todos que precisarem"

Confira o link da entrevista: https://youtu.be/SWba_XjDARE

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