Para usar uma expressão conhecida aqui no Nordeste, as orelhas do ministro da Justiça Flávio Dino, devem estar quentes. E não é para menos! Desde que o nome dele aparece como favorito para ser indicado pelo presidnete Lula ao Supremo Tribunal Federal (STF), ele tornou-se o alvo da vez da bancada bolsonarista em ma campanha coordenada de fritura. "Segurança Pública não temos, mas temos um ministro da Justiça influencer que só pensa em desarmar o cidadão e fazer vingança", disparou a deputada federal Júlia Zannata (PL/RS), em pronunciamento na última quarta-feira, 20, na Câmara dos Deputados.
Não faltaram críticas da parlamentar bolsonarista que, ao ler reportagem publicada pelo Estado de São Paulo sobre a Segurança Pública, ela misturou as atribuições de Governo Federal e estados, citou situações diferentes e chegou a ser grosseira com o ministro. "Para perseguir cidadão que quer ter sua arma para defender sua vida, sua familia, sua propriedade, ele é machão". Diz que "tá rolando uma ciumeira dentro do lulopetismo porque acham que ele aparece demais", opinou.
Um dia antes, um colega de Zannata, o deputado federal General Girão (PL-RN) registrou um Boletim de Ocorrências (BO) contra o ministro da Justiça, no Rio de Janeiro. Ele alega ter sido agredido fisicamente por Dino em um encontro casual no Aeroporto Santos Dumont. No documento, o parlamentar alega que Dino "tentou intimidá-lo, partindo para as vias de fato e o agrediu na região do tórax"e que as supostas agressões teriam acontecido mais de uma vez , "de forma sorrateira e cenográfica". Em discurso no Plenário, o Girão afirmou ainda que foi chamado de "moleque" pelo ministro e solicitou judicialmente as imagens do aeroporto.
Em nota, o Ministério nega as supostas agressões físicas. "Pelo contrário, diante de xingamentos proferidos pelo citado senhor, que o Ministro não conhecia, a reação foi aproximar-se e pedir para o agressor deixar de ser mal-educado e grosseiro. Há várias testemunhas”. Conclui.
Crítico contumaz de DIno, o senador Sérgio Moro, que já ocupou o cargo do ministro no governo Bolsonaro intensificou as críticas nos últimos dis. Em sua rede social, ele escreveu que ele tem " muito tempo dedicado a investigar infracões imaginárias atribuídas a quem fez a lava-jato, sobra pouco tempo para se dedcar à segurança pública"
Político hábil e jurista de formação e atuação destacada, Dino parece ter percebido a existência da campanha que também é replicada nos canais digitais de direita. Ele desabafou na rua rede social
"Tenho recebido uma onda desvairada de ataques, desde agressões vis até a já conhecida indústria de fake news. Claro que mantenho a serenidade e a firmeza, como sempre.
Além dos xingamentos habituais, chegaram a duvidar se eu tenho conhecimento jurídico. Porém o ataque mais extravagante é me denunciar por “crime de guerra”, no Tribunal Penal Internacional. Quer dizer que admitem que no dia 8 de janeiro os vândalos estavam em guerra ? Contra quem ? Contra o Brasil ? "
Após o desabafo, Dino recebeu a solidariedade do advogado-geral da União,Jorge Messias, apontado como outro provável candidato à vaga no STF. "Quero exaltar o trabalho do Ministro @FlavioDino, grande homem público, à frente do Ministério da Justiça. Com competência e destemor, está vencendo a luta contra o golpismo e em defesa da democracia". O ministro agradeceu e considerou as "palavras fraternas"do colega de governo.