Exclusivo Três ministros e um presidente na cruzada para aproximação dos evangélicos

“Frente ampla”tem ações coordenadas e busca inserir evangélicos nas políticas públicas, promover a interlocução com lideranças e combater a desinformação

Em uma publicação na rede social X, o presidente Lula usou uma expressões até então incomuns no vocabulário do petista. Ao abordar sobre a criação de institutos federais,Lula atribuiu as ações a um "graça de Deus" e "milagre da fé". Não é coincidência que a publicação tenha acontecido um dia após a divulgação de uma campanha nacional de publicidade voltada aos evangélicos. Poré, "Vai na Fé", nome da ação de comunicação que pretende "dialogar com esse público é apenas a versão menos sutil da operação que está em curso desde o final do ano passado e envolve, além do próprio presidente, três ministros de estado escalados para a empreitada e cada um deles tem uma "área de atuação"específica

Frente Ideológica

O advogado-geral da União, Joge Messias é adepto da religião evangélica e profere sua fé partcipando de cultos e eventos, como a "Marcha para Jesus". Quando o assunto ainda não era motivo de preocupação do presidente Lula, Messias já fazia a interlocução com os fieis, através da prórpia presença nos ritos da igreja e com a poderosa bancada evangélica na Câmara Federal. Porém, o bolsonarismo dominante nessa ala do Parlamento intimidava a  atuação de Messias. O chefa da AGU continua atuando no pilar que a coluna apurou e que vamos chamar  de " Ideológico"e que faz interlocução com lideranças religiosas do Congresso que não sucumbiram ao bolsonarismo.

Inclusão

As outras frentes são a "Inclusão "e "COmbate à desinformação" Para a primeira foi destacado o ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Wellington Dias. Para a missão, a equipe do MDS se debruçou sobre programas que visam incluir evangélicos de baixa renda nas políticas públicas do governo. O primeiro protocolo assinado com 24 igrejas evangélicas aconteceu em dezembro e levou ao Rio de Janeiro, o secretário de Inclusão Socioeconômica, o pastor da Igreja Batista, Luis Carlos Everton de Farias. (foto) .O objetivo do tal protocolo era "promover a inclusão socio-econômica de pessoas inscritas no Cadastro Único, que é base para os programas sociais do Governo Federal"

 Ribamar Santos, diretor executivo do Instituto Supera Brasil é o responsável pela mobilização das lideranças religiosas, a secretário de Inclusão Socioeconômica. Em Teresina, em novo aceno aos evangélico, Dias também reuniu lideres religiosos para assinatura de convênios com o Instituto Federal de Educação (IFPI)

Combate à Desinformação

No dia 24 de março, a ministra do Meio Ambiente, Marina SIlva (REDE) embarcou em um avião para Teresina,vinda de São Paulo, onde participou de ato político em apoio à candidatura de Guilherme Boulos(PSOL) para uma "agenda pessoal˜. No dia seguinte, Marina foi fotografada no evento de 20 anos da Igreja Monte Moreal, capitaneada pela Pastora Graça Hermes Leal. Depois da agenda religiosa, Marina se reuniu com lideranças políticas onde falou sobre Ciência e Religião. Citou o próprio exemplo - ela foi diagnosticada com Covid19 por três vezes e disse acreditar que foi o fato de ser imunizada ajudou no processo de cura - O discurso da ministra é baseado na premissa e combate ao negacionismo : sou evangécia e nem por isso, desacredito na Ciência. Marina também fala sobre o impacto das mudanças climáticas

Ao alertar para os riscos do negacionismo, Marina está atuando para facilitar o trabalho do seu colega Wellington Dias. Afinal, programas de transferência de renda do Governo Federal, como o Blsa Família, estão condicionados ao cumprimento de alguns critérios como frequência escolar e carteria de vacinação atualizada. A "frente ampla" dos ministros é a tentativa de Lula de melhorar a popularidade em queda, sobretudo nesses grupos religiosos, e conter o avanço do extremismo exatamente nessa parte da populaçao .

As alcões do Governo Lula, poré, não se restringem à diplomacia dos três ministros. Elas incluem isenções de impostos para templos e pastores nos moldes do ex-presidente Boosonaro, cujo Governo impulsionou o crescimento desses espacos no país. Até 2019,  já havia cerca de 100 mil templos evangélicos, quase o dobro do registrado em 2010, segundo o estudo “Surgimento, trajetória e expansão das igrejas evangélicas no território brasileiro ao longo do último século”, do pesquisador Victor Araújo, do Centro de Estudos da Metrópole. 

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