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Em meio à guerra, Xi Jinping e Vladimir Putin se encontram em Pequim

O presidente da Rússia chega ao país vizinho para reafirmar a parceria sem limites no evento mais esperado pela China

Por Rany Veloso

Esta é a primeira viagem internacional de Vladimir Putin fora da antiga União Soviética. No início do mês, tinha ido ao Quirguistão, ex-membro da URSS.

Ao desembarcar com sua comitiva em Pequim nesta terça-feira (17), foi recebido pelo ministro do Comércio chinês, Wang Wantao, e amanhã (18) será o segundo a discursar depois de Xi Jinping, o presidente da China que comemora os 10 anos do Cinturão e Rota, o programa de parcerias de infraestrutura e rede energética com mais de 150 países.

Os dois devem tratar também das guerras entre Israel e Hamas; e Rússia e Ucrânia no mesmo dia em que o presidente norte-americano Joe Biden têm encontro com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Os EUA defendem o direito de defesa de Israel e na noite desta segunda-feira vetou a resolução da Rússia na reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

China e Rússia defendem o cessar fogo imediato e a criação de um estado independente da Palestina, mas não condenam como "terroristas" os ataques do Hamas.

A parceria entre Xi Jinping e Vladimir Putin vai além das questões militares. Em março do ano passado, no Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim, os dois fecharam uma aliança sem limites. Dias depois um mandado de prisão foi expedido contra Putin por crime de guerra. Apesar da China não reconhecer o Tribunal Penal Internacional, o chefe do Kremlin se expõe em nome das estratégias geopolítica e econômica. Putin participou presencialmente das outras duas edições do Fórum Internacional do Cinturão e Rota. O último tinha sido em 2019.

A China é a responsável pela compra de mais de um terço do petróleo bruto da Rússia. Por dia, são 2 milhões de barris. Os países também devem investir na construção de um segundo gasoduto de gás natural até a China.

Putin tem outros encontros bilaterais nesta terça, com os presidentes do Vietnã, Tailândia, Mongólia e Laos.

Outros líderes também estão em Pequim para o evento, como a presidente do Novo Banco de Desenvolvimento dos BRICS, a brasileira Dilma Roussef; o presidente da Argentina Alberto Fernandez; o presidente do Chile Gabriel Boric e Antônio Guterres, secretário-geral das Nações Unidas. A Organização sabe que a China pode ser intermediadora nas guerras.

Quase sem água na Faixa de Gaza, a Organização Mundial da Saúde (OMS) está prestes a declarar crise de saúde pública.

MINISTRO DA CHINA E RÚSSIA SE REÚNEM PARA TRATAR SOBRE A GUERRA ENTRE ISRAEL E HAMAS 

Em caráter de emergência, a China está fornecendo ajuda humanitária para a compra de alimentos e cuidados médicos aos palestinos através da Agência da ONU - a Organização das Nações Unidas - de Assistência aos Refugiados. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (16), pela mídia estatal chinesa CCTV.

Desde o início da guerra, a China evita criticar o Hamas e é clara ao dizer que o fim do conflito depende da independência da Palestina.

Nesta segunda-feira, o Ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, em encontro com seu homólogo russo, Sergei Lavrov, em Pequim, apelou ao cessar fogo para a acabar com o derramamento de sangue e cobrou a participação das principais potências mundiais para evitar um desastre humanitário.

A guerra entre Rússia e Ucrânia também esteve na mesa. Segundo o ministério, eles trataram dos esforços políticos e diplomáticos para o fim do conflito.

Já sobre Israel e Palestina, nos últimos dias, Wang Yi, reafirmou a posição da China ao chefe da diplomacia dos EUA Antony Blinkin, e ao o Alto Representante da União Europeia para relações exteriores Josep Borrell.

O ministro destacou que a sobrevivência dos israelitas foi garantida e que a raiz do problema está na falta de justiça ao povo palestino.

A China exige a convocação de uma conferência internacional pela Organização das Nações Unidas o mais rápido possível assim como um papel ativo dos Estados Unidos para promover a solução política.

Blinken respondeu que o país apoia a criação do Estado da Palestina e está disposto a fortalecer a comunicação e a coordenação com a China

Por telefone, o Ministro da China também conversou sobre a guerra com Celso Amorim, o assessor especial do presidente Lula para assuntos internacionais. Amorim falou do papel do Brasil, como presidente rotativo do Conselho de Segurança das Nações Unidas e que o presidente Lula já enviou uma carta aberta, apelando a Israel para cessar o bombardeio e proteger as crianças.

A China, que tem boa relação com a Palestina, se prontificou em ser canal de diálogo com as partes e coordenar os esforços de paz junto com o Brasil.

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