Por Rany Veloso
No Congresso, parlamentares da base e oposição se dividem no dia em que Bolsonaro é alvo da operação da Polícia Federal sob suspeita de fraude em cartões de vacinação contra a Covid-19. O deputado federal Merlong Solano (PT-PI) classifica como grave a fraude de um documento público, principalmente pelas consequência do comportamento negacionista do ex-presidente durante a pandemia.
O petista associa o caso que veio a tona com a morte de milhares de pessoas por falta de vacina e compara ao fato que ocorreu na Inglaterra quando Boris Johnson, o primeiro ministro na época, caiu por muito menos.
"Isso aí é só a ponta de um iceberg. Eles estão tentando dizer que não é importante, mas na verdade isso é um típico comportamento de quem acha de que pode tudo, é o comportamento de um presidente que durante a pandemia recomendou que as pessoas não se vacinassem, que atrasou a compra de vacinas e que responde, portanto, pela morte de uma grande quantidade de pessoas que se tivessem se vacinado a tempo poderiam ter se salvado", disparou o deputado.
Mais cedo, durante discussão na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, o deputado foi repreendido por um parlamentar bolsonarista por ter falado sobre o caso no local, quando era debatido outro assunto.
ENTENDA
A Polícia Federal cumpriu hoje (03), 6 mandados de prisões preventivas e 16 de busca e apreensão contra uma organização criminosa que teria fraudado comprovantes de vacinação no sistema do Ministério da Saúde. Eles podem responder por infração de medida sanitária preventiva, corrupção de menores, associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informação.
Dentre os presos, o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, que era o ajudante de ordens do Bolsonaro quando presidente. Ele teria inserido os dados falsos para tentar obter documento para viagem ao exterior entre 21 a 27 de dezembro do ano passado.