Por Rany Veloso
No dia em que Hugo Motta (Republicanos-PB) conseguiu o apoio do PSD de Antônio Brito e do União Brasil de Elmar Nascimento, o agora candidato único à presidência da Câmara dos Deputados se reuniu com a bancada federal do Piauí no Lago Sul, em Brasília. Todos declararam apoio a Motta entre troca de sorrisos e muita simpatia.
O coordenador da bancada, Florentino Neto (PT-PI), disse que Motta vai a Teresina, ocasião na qual também será recebido pelo governador Rafael Fonteles (PT). A previsão é que o futuro presidente da Câmara desembarque na capital do Piauí no dia 22 de novembro.
Hugo Motta prometeu diante dos deputados do Piauí uma condução mais participativa da Câmara, previsibilidade na pauta do plenário e a redução do uso do regime de urgência, além da valorização das comissões. O que vai na contramão do comportamento do atual presidente.
O deputado federal a Merlong Solano (PT-PI) disse à coluna que durante a sua fala destacou a expectativa de que Motta se mantenha acessível após assumir o mandato, evitando “comportamento imperial”.
Desde que Hugo Motta foi anunciado como o candidato do atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ele vem arrematando apoio dos principais partidos da casa.
Desde a maior bancada, o PL de Bolsonaro, ao PT de Lula. Já são 14 siglas.
E hoje selou o caminho à cadeira da presidência com a declaração de apoio dos partidos dos até então também candidatos Antônio Brito e Elmar Nascimento.
Nascimento era o candidato preferido de Arthur Lira. Desde o início do ano era dado como certo que ele seria o apoiado por Lira, mas tudo mudou em setembro, quando líderes disseram que Motta teria mais chances de apoio de todas as siglas. E foi exatamente assim que ele foi anunciado por Lira: “o candidato do consenso”.
Um dos resistentes ao nome de Elmar Nascimento desde o início foi o presidente Lula. Mesmo dizendo que não ia se meter nas eleições à presidência da Câmara, ele recebeu Motta no Palácio do Planalto, dando aval à candidatura antes dele ser anunciado.
Elmar chegou a tentar usar como moeda de troca por apoio ao seu nome o apoio aos candidatos do PT nas eleições municipais, indo as mesmas agendas de Lula. Em Belém no Círio de Nazaré; em Fortaleza para declarar apoio a Evandro Leitão (único prefeito de capital eleito pelo PT) e na própria Bahia, em Camaçari, ao Caetano (PT), também eleito. Mas a tentativa não convenceu.
Após Lira formalizar apoio a Motta, Elmar chegou a chamar Lira de “traidor” e que havia perdido o seu “melhor amigo”.
Agora, a missão de Motta será distribuir espaços na mesa-diretora, comissões e relatorias importantes a todas as siglas que declararam apoio.