Um dia após se tornar réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe, o ex-presidente Jair Bolsonaro se reuniu com aliados em Brasília para um almoço, entre eles o senador Ciro Nogueira (PP-PI).

Em conversa com a coluna, Ciro Nogueira afirmou que o encontro teve como pauta o cenário político, os processos que Bolsonaro enfrentará na Justiça e os próximos passos do ex-presidente.
“Foi uma conversa muito boa. Ele está bem tranquilo”, declarou o senador.
Ontem, Ciro estava atrás de Bolsonaro quando falou à imprensa, logo após o resultado do julgamento do Supremo. No entanto, o senador não demorou muito no local. Ele estava chegando ao Senado quando Bolsonaro desceu do gabinete do Flávio Bolsonaro, no mesmo prédio do gabinete dele.
Os bolsonaristas radicais como Caroline de Toni (PL-SC) e coronel Zucco (PL-RS) permaneceram ao lado de Bolsonaro até o fim do seu pronunciamento de mais de 50 minutos, quando não deixou jornalistas perguntarem e parecia irritado e nervoso.
O ex-presidente disse que as acusações são graves e infundadas contra ele. “Parece que é algo pessoal”.
FUTURO POLÍTICO
O futuro da direita segue incerto, já que ainda não há uma definição sobre quem poderá disputar as eleições presidenciais de 2026. Apesar de estar inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro continua se colocando como candidato e mantém sua influência entre apoiadores.
Ontem, o STF tornou o ex-presidente réu por unanimidade pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa, dano qualificado com grave ameaça e deterioração do patrimônio tombado. Se condenado, as penas podem ultrapassar 40 anos de prisão.
Diante desse cenário, Bolsonaro tem três caminhos políticos possíveis. O primeiro é manter-se como líder da direita, viajando pelo país e se apresentando como candidato. O segundo é focar em estratégias para minimizar os impactos de uma eventual condenação. O terceiro, e talvez mais viável, é concentrar esforços para eleger aliados e conquistar influência significativa no Congresso, garantindo força política para o futuro.