Por Rany Veloso
Com pouco menos de uma hora, a reunião entre o presidente Bolsonaro e os 27 governadores termina com a autorização do chefe do Executivo para a sanção do projeto de lei que prevê a ajuda de R$ 60 bilhões para estados e municípios com veto ao reajuste salarial. Mas, por enquanto, ainda não será sancionado, isso por causa da necessidade de ajustes técnicos, que devem ser feitos ainda hoje, anunciados pelo presidente do Congresso, Davi Alcolumbre.
Bolsonaro pediu a ajuda dos governadores em relação aos vetos, principalmente, para que a questão não seja judicializada. De acordo com o sugerido pelo ministro da economia, a contrapartida para a transferência dos recursos seria o congelamento dos salários dos servidores públicos até o fim do próximo ano, mas na Câmara os deputados com o aval do líder do governo, Major Vitor Hugo (PSL/GO), acabaram incluindo categorias que poderiam ter o reajuste.
Apenas quatros governadores, escolhidos como representantes, falaram durante a reunião, Reinaldo Azambuja, do Mato Grosso do Sul; Renato Casagrande, Espírito Santo; Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul e João Doria, de São Paulo.
Em um tom conciliador, eles pediram a rápida sanção do projeto para que possam ter acesso aos recursos e que Bolsonaro não vete o trecho sobre a suspensão de dívidas com a União.
Os governadores também pediram que o governo seja um mediador com os bancos para que estados possam fazer empréstimos sem ter problemas.
O último a falar foi o governador de São Paulo, João Doria, que usou um tom bem ameno, que foi inclusive elogioado por Bolsonaro após sua fala.
O que se observou no geral foi um gesto político de aceno de trégua entre o presidente e os governadores. Os presidentes das casas do Congresso Nacional, que tiveram um encontro um pouco antes com Bolsonaro a portas fechadas, também passaram uma ideia de reconciliação.
Rodrigo Maia fez um discurso abordando também a importância da discussão das reformas Administrativa e Tributária.
Davi Alcolumbre disse que chegou a hora de todos darem as mãos e levantarem um bandeira branca, e que hoje é um dia histórico com motivo para comemoração pela sanção do projeto de ajuda aos estados e municípios. E frisou que todos os envolvidos devem assumir suas responsabilidades "cada um no seu quadrado".
Os ministros palacianos e o da Economia, Paulo Guedes, também participaram da videoconferência, mas não se pronunciaram.