Por Rany Veloso
Em Medida Provisória (MP) publicada em edicação extra no Diário Oficial da União (DOU), o presidente Jair Bolsonaro recriou o Ministério das Comunicações e deu o cargo de ministro ao deputado federal Fábio Faria (PSD/RN), que está no 4º mandato e é genro do apresentador Sílvio Santos.
A comunicação, desde 2016, estava ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, de Marcos Pontes. E a Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) que era comandada até ontem por Fábio Wajngarten, subordinada ao Ministério da Secretaria de Governo do General Ramos, será transferida para o novo ministério, no qual Wajgarten foi nomeado como secretário-executivo.
BOLSONARO DISSE QUE NÃO HAVERÁ GASTOS
O presidente Jair Bolsonaro, que havia prometido em campanha não criar mais que 15 ministérios, voltou atrás e agora já são 23 no governo. Mesmo assim, Bolsonaro disse que não haverá aumento de gastos para recriar o Ministério das Comunicações.
MOTIVOS PARA DESMEMBRAMENTO
Há de se reconhecer que a imagem do presidente está arranhada, mas também outros possívels motivos são cogitados para a mudança. Como, retirar a Comunicação do Palácio do Planalto, que supostamente teria ligação ao gabinete do ódio. Outro fato é que Fábio Faria é do PSD, sigla do Centrão, partidos que Bolsonaro tem dado cargos em troca de apoio político nos últimos meses. Mas esses são os menos prováveis, o que soa forte é o ato político de dar um cargo importante a um deputado que tem um bom relacionamento na Câmara e no governo, é do Centrão e da família de Sílvio Santos, a quem Bolsonaro citou de forma específica ao falar sobre a recriação. Sem contar a viabilidade da privatização da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que sofria resistência pela ala militar.