Por Rany Veloso
Bolsonaro, que se reuniu com Paulo Guedes, ministro da economia, até agora a pouco no Palácio do Planalto, disse que vai sancionar o Projeto de Lei que prevê ajuda financeira aos estados e municípios ainda nesta segunda-feira (11), mas com um veto ao reajuste salarial a algumas categorias de servidores públicos, como, os profissionais da saúde, segurança, limpeza e da educação.
Em Brasília, informações dão conta que o presidente teria sofrido pressão de profissionais da segurança pública, que fazem parte da base de eleitores do presidente, para que ele não vete o trecho em questão. Caso o presidente sancione a lei com o veto, o Congresso pode derrubá-lo. Para isso é preciso a maioria absoluta de deputado e senadores.
A proposta inicial costurada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, com o aceno do governo, previa em contrapartida para a transferência de R$ 60 bilhões da União dos estados e municípios o congelamento dos salários dos servidores públicos até o fim do próximo ano, mas a proposta foi alterada inicialmente no Senado, dando possibilidade de reajuste no salário dos profissionais da saúde e segurança que estão trabalhando durante a pandemia. Na Câmara, os deputados incluíram outras categorias, como, profissionais da educação e limpeza, o que não agradou nada ao ministro da Economia, Paulo Guedes, que pediu ao presidente Bolsonaro o artigo que prevê o reajuste. Com o veto, o governo pode economizar cerca de 100 bilhões de reais.
PARLAMENTARES COMENTAM SOBRE A POSSIBILIDADE DO GOVERNO IMPEDIR REAJUSTE SALARIAL
A deputada Margareth Coelho, do PP/PI, acredita que Bolsonaro não irá vetar. "São categorias que estão lidando diretamente com o enfrentamento da pandemia ou, como os professores, terão que entrar muito cedo em contato com pessoas com grande risco de infecção", disse a parlamentar.
O senador Marcelo Castro, do MDB/PI, acha melhor esperar, pois o governo muda muito de opinião. "A minha expectativa é de que ele vai vetar, pois falou isso publicamente na frente do Paulo Guedes. Quanto a minha posição, sou contra o veto, pois votei a favor do texto que está para sanção", esclarece o senador.
Paes Landim, deputado federal pelo PTB/PI, diz que votou a favor do destaque para permitir o reajuste e é contrário ao veto. E diz mais: "eu preferiria, inclusive um corte temporário nos altos salários, ao invés de inibir o aumento de quaisquer servidores da saúde, do magistério, das áreas de segurança".
Marina Santos, do Solidariedade/ PI, acredita que diante da situação financeira de estados e municípios, o presidente sanciona a lei ainda nesta semana, mas com o veto, porém a deputada é contra o congelamento de salário de algumas classes, como, professores, profissionais da limpeza urbana e segurança pública.