Por Rany Veloso
Após a morte cerebral do senador Major Olímpio (PSL-SP), 58 anos, em decorrência da Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro cancelou a ida ao Congresso para a entrega das duas Medidas Provisórias (MPs) que liberam o auxílio emergencial.
O ato foi confirmado mais cedo pela presidência do Senado. Estava previsto para às 17 horas desta quinta-feira (18). Bolsonaro queria entregar em mãos ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. As MPs irão dizer como será feito o pagamento, quem terá direito, por quanto tempo e os valores. Uma delas foi finalizada na madrugada de hoje pela equipe econômica para abrir crédito extraordinário para o pagamento. Assim que publicadas no Diário Oficial da União as medidas já começam a valer.
A Secretaria Especial de Comunicação Social informou ontem (17) que Bolsonaro entregaria pessoalmente as MPs. A interpretação de parlamentares ao movimento político de Bolsonaro visa reestabelecer uma imagem positiva ao seu eleitorado e reverter rejeição neste momento em que o Brasil enfrenta a pior crise na Saúde desde o início da pandemia da Covid-19.
A PEC Emergencial, que libera o valor de R$ 44 bilhões para o benefício, foi aprovada semana passada no Congresso e promulgada na segunda-feira (15), mas o Ministério da Cidadania provavelmente só liberará o pagamento em abril. Segundo a pasta, ainda neste mês, como prometeu Bolsonaro e confirmou Ricardo Barros, líder do governo na Câmara, seria inviável por causa do Bolsa Família, isso porque o calendário do programa social começa amanhã (18), sendo que há muitos perfis que se encaixam no auxílio emergencial.
A expectativa é que os valores variem de R$ 175, para quem mora só, a R$ 375, para mães ou pais que sustentam a família só. O valor médio deve ser de R$ 250.
MORTE SENADOR MAJOR OLÍMPIO
A morte do senador do PSL foi um banho de água fria no governo. Isso porque deve aumentar a pressão para a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, para apurar suposta omissão na condução da pandemia por parte do Ministério da Saúde.
Major Olímpio era defensor da CPI e há poucos dias tinha feito uma manifestação nas redes sociais pedindo vacinas e afrimando que todas as vidas importam.
Ao mesmo tempo, o senador era contra o lockdown e medidas que impediam o funcionamento do comércio. A suspeita era de que ele teria se contaminado em uma reunião com prefeitos de São Paulo e outros senadores contra o fechamento das atividades.
Em nota, o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco lamentou a morte do senador Major Olímpio e decretou luto oficial de 24h.
Nota de pesar
A Presidência do Congresso Nacional lamenta profundamente o falecimento do senador paulista Major Olímpio, aos 58 anos, vítima de complicações causadas pela infecção por Covid-19. Em respeito à sua memória, o Senado Federal decreta luto oficial de 24 horas.
Policial Militar do Estado de São Paulo de carreira, Sérgio Olímpio Gomes dedicou-se à corporação por 29 anos. Na carreira política exerceu dois mandatos na Assembleia Legislativa de São Paulo (2007-2015) e um mandato de deputado federal (2015-2019). Foi eleito senador da República em 2019.
Major Olímpio foi o terceiro senador que perdeu a vida para o novo coronavírus. O senador paraibano José Maranhão faleceu em fevereiro, e Arolde de Oliveira, senador pelo Rio de Janeiro, morreu em outubro do ano passado.
As sinceras condolências do Parlamento Brasileiro à família, amigos e a todos os paulistas.
Rodrigo Pacheco
Presidente Congresso Nacional