Por Rany Veloso
O Congresso fechou o ano legislativo com pautas polêmicas e importantes aprovadas. Nesta reta final, a dedicação foi para o Pacote de Corte de Gastos do Governo, mas o orçamento de 2025 ficou de fora.
A aprovação do Pacote teve um custo, e alto. Este também é um tipo de recado dos próprios parlamentares que estão insatisfeitos com a distribuição de cargos no governo e para votar matérias importantes pressionam por emendas.
Um interlocutor do presidente da Câmara, Arthur Lira, disse ser incoerente o governo ter 12% de votos no Congresso e 80% dos Ministérios ocupados. "Do jeito que está não agrada ninguém", disse uma fonte.
Entende-se que caso contrário, toda votação importante para o governo terá de ter a liberação bilionária de emendas parlamentares. Esse é o custo.
Outro incômo da Câmara é que Lula pouco articula e recebe parlamentares no seu gabinete ou encontros informais. Havia uma expectativa dos deputados sobre este contato direto com o presidente, o que, segundo eles, não ocorreu. Até para a base do governo, esses encontros estão difíceis, fato que dificulta a união tanto da base quanto de partidos de centro.
Lira deixa a presidência da Câmara em fevereiro do próximo ano, mas deixou amarrado outras formas de ter influência em decisões do país. Já encaminhou bem o candidato à presidência da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que deve ser eleito. E ainda faz parte das negociações da Federação entre PP, Republicanos e União Brasil, que pode render uma super bancada ainda em 2025 e mais forte para as eleições de 2026.
AOS ALIADOS, LIRA NEGA TER TIDO CONVERSA COM LULA SOBRE MINISTÉRIO
Além disso, Lira é cotado para assumir um ministério do governo Lula, mas seus interlocutores negam qualquer tipo de conversa com o presidente da República neste tipo.
Hoje, Lula também se reúne no Palácio da Alvorada com seus 39 ministros para uma confraternização rápida de natal, mas também é uma oportunidade para o presidente olhar para seus auxiliares, uma vez que essa Reforma Ministerial vem aí.
Além de Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação da Presidência, que recebeu críticas do próprio presidente e partido (PT), outros estão na mira, como Ricardo Lewandowski, da Justiça e Segurança Pública; Múcio Monteiro da Defesa; Alexandre Silveira, da Minas e Energia; e Nísia Trindade, da Saúde.
São pastas fundamentais e portanto estratégicas. Lula, segundo uma fonte, vai avaliar bem as mudanças.