Por Rany Veloso
Após reunião com o presidente Lula, no Palácio do Planalto, nesta terça-feira (12), o ministro do Desenvolvimento Social Wellington Dias disse à coluna, em primeira mão, que para 2025 devem ser poupados R$ 3 bilhões apenas do Bolsa Família. O valor que será proveniente de combate às fraudes e benefícios concedidos de forma irregulares já deve ser cortado do orçamento da União. Dias reforçou que todos os programas sociais serão mantidos.
"Teremos o orçamento reduzido por conta da projeção que estamos fazendo dos resultados com eficiência no combate à fraude por elevação da renda das pessoas", afirmou.
Desde 2023, o MDS vem poupando o orçamento. O previsto para o ano passado foi de R$ 175 bilhões, e o gasto, segundo o ministro, foi R$ 168 bilhões. Neste ano, as contas devem fechar em R$ 166 bilhões.
A ORIENTAÇÃO DE LULA A WELLINGTON DIAS
A ordem de manter os benefícios aos que cumprem os pré-requisitos partiu diretamento do presidente Lula.
"Ele [Lula] afirmou hoje de forma muito firme e tranquila, quem tem direito e já recebe esse benefício, seja do Bolsa Família, BPC, seja qual for o benefício, se tá tudo legal vai continuar recebendo, não tem que ter preocupação, não haverá um corte de direito. Também deixa claro, acho que é coerente com o pensamento do povo brasileiro, que se deve combater fraude. Se tem alguém que hoje está recebendo com renda elevada, documento falso, em qualquer situação de fraude, de ilegalidade esse tem que ser cancelado, então tanto do Bolsa Família, quanto do BPC se tiver fraude será combatida a fraude, mas também o presidente apoiou o estímulo ao emprego e ao empreendedorismo", explicou o ministro.
Ainda há expectativa de corte no BPC (Benefício de Prestação Continuada). De acordo com Dias, a decisão será tomada junto ao Ministério da Previdência Social, de Carlos Lupi, o qual também estava reunido com Lula.
Nos últimos dias, o presidente tem se reunido com uma série de ministros para fechar a proposta do corte de gastos, que deve alcançar de R$ 30 a 50 bilhões. O objetivo da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) é modificar a estrutura do gasto público, reforçando o arcabouço fiscal e promovendo o défict dos gastos.