Por Rany Veloso
O presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), deputado federal Júlio Arcoverde (PP-PI), criticou a proposta do governo Lula de cortar as emendas parlamentares e afirmou que não há chance de diminuir o valor das emendas parlamentares para o ano que vem.
Em entrevista à coluna, Arcoverde disse que o governo deveria "cortar da própria carne" antes de reduzir recursos que seriam destinados aos municípios. O deputado acusou ainda o governo de querer desviar recursos das prefeituras para "sindicatos, associações e ONGs administrados pelos gestores de esquerda do PT".
A revisão de gastos é uma promessa dos ministros Fernando Haddad e Simone Tebet, diante da pressão do mercado pelo equilíbrio fiscal. Uma das despesas que o governo pretende cortar é das emendas parlamentares, de mais de R$ 50 bilhões neste ano para R$ 40 bilhões no próximo.
"Bom, eu não vejo prosperar nenhuma ideia dessa em relação a reduzir as emendas parlamentares, até porque o congresso tem sido parceiro do governo federal na hora que o governo precisa para aumentar a arrecadação, visto que nós aprovamos no ano passado e estamos aprovando este ano".
CORTAR DA PRÓPRIA CARNE, DIZ PRESIDENTE DA COMISSÃO DE ORÇAMENTO
"O que deve ser feito pelo Ministério do Planejamento, o Ministério da Economia, é que comece a cortar da própria carne, comece a olhar para o próprio umbigo. O governo, assim que a gente aprova algum aumento de arrecadação, a primeira coisa que o governo faz é criar um ministério, criar uma secretaria, aumentar o valor dos conselhos. Então o governo tem que dar o dever de casa para cobrar primeiro do congresso. Cortar na administração, cortar o tamanho da máquina para depois cobrar algum efeito do congresso nacional".
"QUEM SOFRE SÃO OS MUNICÍPIOS BRASILEIROS"
"O que deve ser entendido pela população é que reduzindo as emendas dos parlamentares, quem sofre são os municípios brasileiros e o governo de esquerda nunca teve essa tendência de olhar para os municípios, querem tirar um pouco do recurso que tem nas prefeituras para jogar em sindicatos, associações e ONGs administrados pelos gestores de esquerda do PT"