Por Rany Veloso
Diante das denúncias obtidas pela CPI da Pandemia, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) quer ouvir o ministro da Economia, Paulo Guedes, ou o diretor de Política Econômica, sobre um Pacto pela cloroquina. De acordo com Bruna Morato, a advogada de 12 médicos e ex-médicos da Prevent Senior, trata-se de um plano ideológico, que partiu do Governo Federal, para evitar lockdown e disseminar o kit Covid para que as atividades econômicas não parassem.
"A informação que me foi passada é que havia interesse inicial vinculado ao governo federal de que o Brasil não podia parar. Estavam preocupados com a possibilidade de lockdown. Por conta disso, as informações levadas aos médicos em uma reunião promovida pela instituição foi a seguinte: existira uma colaboração com relação à instituição Prevent Sênior na produção de informações que convergissem com essa teoria, de que é possível utilizar determinado tratamento como proteção. No começo, se chamava de tratamento preventivo e depois, com estudos, entendeu-se que não era preventivo, e sim, precoce", revela Morato.
A advogada deu detalhes de como os profissionais e pacientes da empresa de plano de saúde, Prevent Senior, eram tratados. Os médicos não tinham autonomia para solicitar exames e prescrever outros medicamentos, a ordem era obedecer um protocolo de sempre prescrever o Kit Covid, caso contrário seriam punidos e até demitidos. O lema da rede é "lealdade e obediência". Já os pacientes assinavam o termo de consentimento das medicações ineficazes e que poderiam levar à morte sem saber ao certo o que era.
Ainda de acordo com o depoimento desta terça-feira (28), o Pacto pró-cloroquina entre Prevent Senior e Gabinete Paralelo via Governo Federal tinha como objetivo fazer com que a economia não parasse, que as pessoas não se isolassem.
"Existia um plano para que as pessoas pudessem sair às ruas sem medo. Eles desenvolveram uma estratégia: através do aconselhamento de médicos, esse médicos eu posso citar de forma nominal – Anthony Wong (toxicologista), Nise Yamaguchi (resposta imunológica das pessoas), Paolo Zanotto (virologista) – e que a Prevent Senior ia entrar para colaborar com essas pessoas. É como se fosse uma troca a qual chamamos na denúncia de pacto, porque assim me foi dito", explica Bruna Morato.