Por Rany Veloso
O líder do Cidadania na Câmara dos Deputados, Arnaldo Jardim (SP), afirmou nesta segunda-feira (18) que a revelação feita pelo empresário Paulo Marinho sobre a antecipação de uma operação da Polícia Federal à família Bolsonaro reforça a importância de abertura de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) no Congresso.
Jardim é autor de um pedido de investigação nas casas do poder legislativo, com base na denúncia feita pelo ex-ministro Sérgio Moro de que o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir politicamente no comando da Polícia Federal.
De acordo com o líder do Cidadania, a necessidade de instalação da comissão parlamentar ganha reforço com as acusações feitas pelo empresário, que foi fiel colaborador da campanha de Bolsonaro em 2018.
“Diante das novas denúncias que reforçam os indícios de eventual uso político da Polícia Federal, o Congresso Nacional precisa, assim como o fazem a PGR e o STF, apurar o caso. Os novos elementos trazidos por um ex-aliado de Bolsonaro reforçam a necessidade de que a investigação também seja realizada no âmbito de uma CPMI. A Polícia Federal detém muita credibilidade juntos aos brasileiros e cabe ao Legislativo apurar qual nível de interferência do atual presidente da República sobre aquela instituição”, justifica Arnaldo Jardim.
DENÚNCIA DE MARINHO
Paulo Marinho revelou que o filho do presidente, o senador Flavio Bolsonaro, teria recebido informação privilegiada sobre a operação Furna da Onça, que chegaria em Fabrício Queiroz, seu ex-assessor, acusado de operar o esquema de “rachadinha" no gabinete do então deputado estadual. Vale lembrar que Marinho agora é pré-candidato à prefeitura de São Paulo pelo PSDB, partido de João Doria, governador de São Paulo, inimigo político da família Bolsonaro.
OPERAÇÃO FURNA DA ONÇA
A operação Furna da Onça, deflagrada 10 dias depois do 2º turno das eleições de 2018, investigou e prendeu deputados estaduais do Rio de Janeiro que recebiam propina no esquema de corrupção do ex-governador Sérgio Cabral. Flávio Bolsonaro não era alvo da operação, mas investigadores receberam relatórios do Coaf de grande movimentações financeiras do ex-assessor dele, Fabrício Queiroz.