Os depoimentos de ontem à Polícia Federal (PF) no inquérito que investiga possível interferência política do presidente Bolsonaro no orgão, na opinião de aliados do governo, não indicam participação de Bolsonaro no orgão. Já os advogados de defesa de Moro dizem que as falas comprovam a denúncia do ex-ministro.
Carlos Henrique Oliveira, o ex-superintendente da PF no Rio de Janeiro (RJ), que foi nomeado número 02 do orgão agora, negou qualquer contato com Bolsonaro ou interlocutores enquanto estava a frente da regional. E que participou inclusive da escolha no seu sbustituto no orgão.
Alexandre Saraiva, superintende da PF do Amazonas, que seria o preferido por Bolsonaro para assumir a superintendência do RJ, também negou qualquer contato com o presidente da República, mas falou que foi sondado em agosto do ano passado por Alexandre Ramagem, de quem é amigo pessoal, para assumir o cargo no RJ. Ramagem foi nomeado recentemente por Bolsonaro para assumir a diretoria-geral da PF, mas foi impedido em uma decisção do Supremo Tribunal Federal (STF) com o argumento de indícios de desvio de finalidade.
Carla Zambelli, deputada federal pelo PSL, negou que tenha proposto a Sergio Moro aceitar Ramagem na diretoria da PF em troca de de uma cadeira do STF, que ficará disponível em novembro, por pedido de Bolsonaro.
Hoje, mais um delegado seria ouvido, o superintendente da PF em Minas Gerais, mas foi dispensando.