Por Rany Veloso
A ausência dos deputados federais do PT em uma festa em Brasília organizada por Marcelo Castro (MDB-PI) e Júlio César (PSD-PI) acendeu um alerta na política piauiense. A atitude é vista como um protesto contra a possível formação de uma chapa para as eleições de 2026 sem a consulta aos outros integrantes da bancada.
Antes da festa todos estavam juntos em um encontro com os prefeitos eleitos no ministério de Wellington Dias, o do Desenvolvimento Social (foto abaixo).
Foto: Roberta Aline/ MDS
Os quatro deputados federais do PT do Piauí não foram. Procurados pela coluna, três alegaram motivos como agenda cheia e indisposição. Já Flávio Nogueira está viajando em missão pela Câmara na Europa e África, porém se estivesse também não iria.
A coluna apurou que a organização da festa não esperava a presença deles. O mal-estar da situação chegou até ao governador, Rafael Fonteles (PT), que não interveio e compareceu à festa no Lago Sul, em Brasília.
Tudo começou quando o convite começou a rodar nos grupos de prefeitos. Uma festa conjunta com Marcelo Castro e Júlio César poderia significar o lançamento de parte da chapa majoritária da base do governo para 2026. Os dois querem ser candidatos ao Ssnado.
De acordo com fontes, os deputados federais do PT não vão aceitar imposição e fizeram um "protesto". Eles querem ser consultados. Afinal, suas lideranças também são importantes.
Na política, um gesto fala mais que mil palavras. Ir [à festa] poderia ser a concordância para a chapa. Não ir foi uma mensagem.
Além de marcar território, o “protesto” também tem relação com a “oligarquia” política. O deputado estadual Georgiano Neto (MDB) quer ser candidato à Câmara em 2026. Alguns acreditam que a preocupação em eleger Georgiano seja maior do que se eleger ao Senado. O deputado federal Castro Neto (PSD) também concorrerá à reeleição em 2026.
Júlio César, também à coluna disse que a festa foi uma conveniência. Questionado sobre a chapa, falou que o governador Rafael Fonteles é “matemático” e sabe fazer “conta”, e portanto entende a importância do PSD na chapa majoritária. A sigla foi a campeã de prefeituras nas eleições deste ano. César também falou que prefere a vaga ao Senado do que a de vice-governador.
“A maior confiabilidade recíproca tanto nós temos deles quanto eles têm da nossa pessoa, da nossa pessoa. Então, eu acredito muito pela dimensão que o Partido tem, pela grandeza que o Partido tem, nós buscamos a oportunidade de participar da chapa majoritária. Já conversamos com o governador, o governador não se opôs, e tenho certeza que o homem matemático como ele, que sabe fazer conta, ele vai avaliar o valor de cada pré-candidato dentro de cada partido para estar ao lado dele na chapa majoritária de 2026. A preferência é pelo espaço que nós teremos nos quatro anos, evidentemente, o governador vai decidir, mas isso vai ser uma sintonia com ele, em princípio a vaga de senador”.