Rany Veloso

Coluna da jornalista Rany Veloso, direto de Brasília

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Discurso de Bolsonaro na Cúpula do Clima e o movimento Fora Sales

Governo americano esperava ações a curto prazo do governo brasileiro

| Marcos Corrêa/ PR

Por Rany Veloso

Logo após o discurso de Bolsonaro na Cúpula do Clima, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse em coletiva que 2030 é o prazo final para o fim do desmatamento ilegal na Amazônia, mas pode ser reduzido a depender de recursos financeiros de outros países. Essa pode ser uma estratégia do governo como uma forma de atrasar os resultados. O presidente prometeu dobrar o valor do para as fiscalizações ambientais no orçamento, o menor na área desde o governo Dilma, quando começou a sofrer cortes.

Apesar da fala do presidente ter sido bem avaliada, porque traz uma mudança ao menos de pensamento e um certo comprometimento com o Meio Ambiente, o governo americano esperava mais, como, ações a curto prazo para amenizar o problema do desmatamento que atingiu em março recorde histórico em 10 anos com crescimento acima de 200%.

Bolsonaro se comprometeu em três ações: neutralidade climática até 2050 (zerando emissões de gases do efeito estufa); fim do desmatamento ilegal até 2030 e redução de 37% de emissão de carbono até 2025 e de 40% até 2030. Sendo que cientistas avaliam que esses últimos percentuais deveriam ser de 44% e 53%, isso porque em 2019 as emissões de gases poluentes aumentaram em 9,6%.

Outra mudança no discurso foi em relação aos povos indígenas, considerados culpados pelas queimadas por ele na Assembleia Geral da ONU, agora Bolsonaro pede atenção aos 23 milhões que vivem na Amazônia com um dos piores índices de desenvolvimento humano (IDH).

Nesse primeiro dia de evento, EUA saíram na frente anunciando redução de 52% dos gases do efeito estufa até 2030, dobrando a meta do ex-presidente Obama.

O Reino Unido pretende reduzir em 78% até 2030.

A China se comprometeu em zerar a emissão de carbono até 2060.

A Cúpula do Clima reúne 40 líderes mundiais até amanhã. Hoje, 27 discursaram, o Brasil foi o 21º, posição entendida como um recado claro de Joe Biden, que não acompanhou ao vivo o discurso de Bolsonaro, que se irritou com isso.  

O Brasil parece que chegou agora nessa política de preservação ambiental   empurrado pelo novo governo americano  fazendo mudanças na tentativa de acompanhar o mundo.

Biden ressaltou que os cientistas destacaram que essa é a década decisiva para as mudanças climáticas, caso isso não ocorra desastres naturais podem acabar com populações. O presidente americano incentivou os outros governos a tomarem medidas em prol de um futuro melhor para todos. Outro ponto destacado é a possibilidade da criação de milhões de empregos para o desenvolvimento de redes de energias limpas.

Ontem, artistas e politicos fizeram um tuitaço com a #foraSalles. O ministro é reconhecido mundialmente pela fala de tentar aproveitar a pandemia para "passar a boiada". Na semana passada, o delegado da Polícia Federal, Alezandre Saraiva, apresentou notícia-crime ao STF contra o ministro por facilitar a vida dos madeireiros na floresta Amazônica. O delegado foi transferido e o ministro ontem agraciado pelo presidente e outros ministros em um almoço na casa do ministro das Comunicações, Fábio Faria.

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