Por Rany Veloso
Mesmo elegendo apenas 253 prefeitos no primeiro turno, sem nenhum em capital, e em 9º lugar no ranking dos partidos políticos no país, o PT e o governo preferem adotar o discurso do crescimento "expressivo dos partidos que apoiam o governo".
Foi o que disse o ministro Alexandre Padilha, responsável pela articulação com os parlamentares. Ele também reclamou das análises, "às vezes tentam diminuir o tamanho do governo".
Padilha não nega o crescimento da direita, mas ressaltou que o ex-presidente Bolsonaro foi derrotado no seu "ninho", o Rio de Janeiro e que há um sentimento de confiança de derrota de "ícones da extrema direita" no segundo turno.
"Primeiro do crescimento no número de prefeituras, vereadores e vereadoras em comparação com o que tinha em 2020 no conjunto dos partidos que apoiam o presidente Lula (...) lideranças que apoiaram o presidente Lula no primeiro e segundo turno das eleições de 2022 derrotaram os ícones da extrema direita, derrotaram o bolsonarismo no ninho do bolsonarismo no Rio de Janeiro. Bolsonaro foi derrotado no seu condomínio, na sua casa, no Rio de Janeiro".
Eduardo Paes (PSD) foi eleito pela quarta vez prefeito do Rio de Janeiro derrotando o bolsonarista Alexandre Ramagem (PL). Paes disse que compartilha a vitória com o presidente Lula.
A vitória expressiva de João Campos (PSB) em Recife também é tida como positiva para o governo.
Em Teresina, o PT se surpreendeu com o resultado negativo.
EXPECTATIVA PARA O SEGUNDO TURNO
Lula deve se envolver mais na campanha do segundo turno, principalmente nas capitais que são prioridades e decisivas para 2026.
Ainda nesta semana, Lula viaja a Fortaleza, capital do Ceará, onde o petista Evandro Leitão disputará com o bolsonarista André Fernandes (PL) e a Belém, capital do Pará, onde Igor Normando (MDB), apoiado pelo governador Helder Barbalho, enfrentará outro bolsonarista raiza, o deputado federal Éder Mauro (PL).
Haverá reforço também em duas capitais importantes para todo o país, São Paulo, onde Lula apoia Boulos (PSOL) que vai enfrentar Ricardo Nunes (MDB), apoiado pelo governador Tarcísio Freitas (Republicanos). E de Belo Horizonte, Lula recebeu ligação ainda ontem do atual prefeito Fuad Neuman (PSD) que vai enfrentar Bruno Engler do PL.
"Sabemos dessa força dessa extrema direita no país, ninguém nega essa força, ninguém nega a capilaridade nacional dessa força. Agora acreditamos que no segundo turno essas lideranças que compõem essa frente ampla do presidente Lula têm todas as condições de derrotar inclusive essas lideranças de extema direita. Esse é o embate que vai ter no segundo turno", disse Padilha.
FOCO NO CONGRESSO
O presidente Lula começou a semana reunindo nesta segunda-feira (07), líderes do governo no Congresso Nacional para focar nas pautas que são prioridade para o governo na retomada do legislativo. Mas o encontro também foi marcado pelo balanço das eleições.
Amanhã (08), tem sabatina no Senado do indicado por Lula para assumir a presidência do Banco Central, Gabriel Galípolo.
Além disso, regulamentação da Reforma Tributária, lei orçamentária e regulamentação das Bets também estão no radar do governo.