Por Rany Veloso
O governo brasileiro disse que está preocuoado e não vai aceitar "carnificina ou barbárie digital". A fala é do Advogado-Geral da União (AGU), Jorge Messias, que deu 72 horas para a Meta explicar decisão de retirar chegadores de fake news das redes sociais. O ministro disse que vai notificar a Big Tech hoje (10). A decisão vem após reunião com o presidente Lula e outros ministros, que irão compor um grupo de trabalho sobre as consequências dessa decisão no Brasil.
"Em razão da ausência de transparência. Dessa empresa, nós apresentaremos uma notificação institucional e a empresa terá 72 horas para informar o governo brasileiro qual é, de fato, a sua política para o Brasil. Lembrando que o Brasil tem uma legislação muito rigorosa na proteção de crianças e adolescentes, na proteção de populações vulneráveis, na proteção do ambiente de negócio e que nós não vamos permitir, de forma alguma, que essas redes transformem o ambiente numa carnificina ou barbárie digital. Essa é a dispulsão do governo".
Messias disse que a nova política anunciada na última terça-feira (07), pela Meta é confusa e comparou com uma "biruta de aeroporto".
"É uma enorme preocupação do governo brasileiro com a política adotada pela empresa Meta, que parece com a biruta de aeroporto, o tempo todo muda de posição ao sabor dos ventos. Eu quero dizer para essa empresa que a sociedade brasileira não ficará a merecer desse tipo de política".
LULA DIZ QUE EMPRESAS PRECISAM OBEDECER LEIS PARA ATUAREM NO BRASIL
Lula disse que não abrirá mão da soberania nacional. "Toda e qualquer empresa terá que respeitar o arcabouço legal brasileiro", repassou o ministro Rui Costa, da Casa Civil, o quê o presidente disse.
Mark Zuckerberg, dono da Meta, que criou o Facebook e comprou o Instagram, Threads e WhatsApp, decidiu retirar os checadores de fatos e adotar apenas notas da comunidade, dificultando diferenciar notícias verdadeiras de mentiras, uma vez que essas notas são adicionadas pelos próprios usuários da plataforma, sem uma agência especializada de checagem.
O governo brasileiro quer saber como a empresa irá proteger as crianças, adolescentes, mulheres, pequenos comerciantes que usam a plataforma para o seu negócio, e na visão institucional, estarão "muito vulneráveis".