Rany Veloso

Coluna da jornalista Rany Veloso, direto de Brasília

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Ministro da Educação liga para Marcelo Castro: quer se explicar no Senado

Milton Ribeiro é investigado por vantagem ilícita de verbas do Ministério a pastores

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Por Rany Veloso

Após o vazamento de áudio do ministro da Educação, Milton Ribeiro, o senador Marcelo Castro (MDB-PI) recebeu uma ligação do próprio na manhã desta quarta-feira (23) se oferecendo para prestar esclarecimentos na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado, que é presidida pelo parlamentar piauiense.

Castro, inicialmente, queria a presença do ministro no Senado ainda amanhã (24), mas sinalizou que irá propor aos demais senadores que a sessão seja realizada na próxima terça-feira (29). A votação dos dois requerimentos de convocação de Milton Ribeiro e de Marcelo Lopes da Ponte, presidente do FNDE (Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação), indicado ao cargo pelo ministro da Casa Civil Ciro Nogueira, serão votados nesta quinta.  

No plenário do Senado, Marcelo Castro disse que o assunto é gravíssimo e os recursos públicos não podem ser tratados com "leviandade". Nesta terça-feira (22), Castro já havia mandado recado dizendo que aguardava explicações do ministro Milton Ribeiro e do Palácio do Planalto. "Não podemos admitir que a pasta mais importante do governo seja utilizada para a distribuição de verbas por favorecimento ilícito. Enquanto isso, a educação padece!".

ENTENDA O ESCÂNDALO

Milton Ribeiro é investigado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e Ministério Público Federal (MPF) por vantagem ilícita de verbas do Ministério a pastores ligados a Bolsonaro. No áudio, ministro deixa claro que o pedido para priorizar demandas dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura foi do presidente da República, que já esteve no mínimo duas vezes com os evangélicos no Palácio do Planalto. O filho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL), também já demonstrou ter ligações com o pastor Gilmar, a quem deu parabéns em um vídeo publicado nas redes sociais.

A acusação é que mesmo não tendo cargo público, os pastores teriam espaço livre no Ministério da Educação para a escolha dos prefeitos que seriam atendidos com as verbas do FNDE. Em troca, eles pediam "facilidades" para a construção de igrejas nos municípios. Ao prefeito Gilberto Braga (PSDB), de Luís Domingues, no Maranhão, os pastores pediram 1 kg de ouro e mais R$ 15 mil apenas para solicitar os recursos públicos. 

POSSÍVEL MUDANÇA NO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

O Palácio do Planalto orientou que Milton Ribeiro ficasse "na dele". Todos os compromissos do pastor foram desmarcados. Enquanto isso, o Centrão e os militares esperam a mudança do ministro. Nomes já estão na mesa de Bolsonaro, com o do próprio presidente do FNDE, Marcelo Lopes da Ponte.

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