Por Rany Veloso
O senador Marcelo Castro (MDB-PI), recebeu em seu gabinete, em Brasília, o deputado federal Júlio César (PSD-PI). Os dois estão mais unidos do que nunca depois da possível chapa majoritária para 2026 com o PP de Ciro Nogueira ocupando uma das vagas ao Senado. É o segundo encontro em três dias. O governador Rafael Fonteles já havia pedido a Castro sua opinião sobre a possibilidade de Júlio César concorrer ao Senado.
No Palácio do Planalto, de acordo com fontes, não há sinalização de encontro entre Lula e Ciro Nogueira. Mas o deputado petista Merlong Solano (PT-PI) disse que o clima no momento no Piauí não é bom para aliança com o PP, mas afirmou que há movimento de ambos os lados para isso.
Em entrevista à coluna, o senador afirmou que há uma expectativa para a decisão do grupo sob o comando de Rafael Fonteles (PT) e que a tendência é fazer uma aliança com o Júlio César somando o grande número de prefeituras que os dois partidos fizeram até em prol do governador, que vai concorrer à reeleição.
"Mas tudo isso está dependendo, naturalmente, de um amplo entendimento dos partidos políticos, tudo isso coordenado pelo governador Rafael Fonteles", ponderou (vídeo completo abaixo).
Os dois fazem um cálculo pensando que juntos podem agregar à base aliada.
"Vou fazer todo o esforço para levar a minha base eleitoral, as pessoas, as lideranças, os prefeitos, ex-prefeitos, lideranças, enfim, que votam em mim, para votar no meu outro colega. E o outro, evidentemente, que deverá fazer o mesmo, como foi feito em 2018, para que a gente possa sair vitorioso nas eleições de 2026, lá no Piauí, o Rafael governador e os dois senadores da base dele".
Marcelo Castro admitiu que tudo pode acontecer na política, mas o caminho natural seria uma chapa com as vagas para os maiores partidos da base. Nas eleições deste ano, o PSD fez 65 prefeituras no Piuaí, ficando em 1º lugar, enquanto o MDB ocupou a 2ª posição com 57 prefeitos.
"Nós fazemos parte da base do governador Rafael Fonteles. Somos mais de dez partidos, uma coligação muito ampla, mas tem três partidos que se destacam. O PT do governador Rafael Fonteles, o MDB, que eu presido lá no Estado, e o PSD, que é presidido pelo deputado Júlio César".
GOVERNADOR PEDIU OPINIÃO
Rafael Fonteles já havia sondado o senador sobre Júlio César concorrer ao Senado. Castro respondeu que não gosta de "situações forçadas".
"Recentemente, o governador Rafael Fontelis teve uma conversa comigo, teve com o Júlio César também, e me perguntou o que eu achava da candidatura do deputado Júlio César ao Senado Federal. Eu disse, governador, eu gosto muito das soluções naturais em política, eu não gosto de situações forçadas, de situações artificiais. Então, acho muito natural, muito normal que se são três grandes partidos, um dá o candidato a governador, o outro deve dar o candidato a senador e o outro deve dar o outro candidato a senador".
QUEM VAI PARA A PRÓXIMA FASE? SEM DECISÃO, AS MOVIMENTAÇÕES CONTINUAM
Mas à coluna, o senador afirmou que não há decisão tomada sobre quem vai ser ou não candidato. Enquanto isso abre brecha para indefinições e tentativas por parte da oposição de novos acordos políticos. Castro acredita numa com Júlio César e não com Ciro Nogueira (PP).
"Enquanto isso não acontece, nem eu sou candidato a senador, nem o Júlio César é candidato a senador. Claro que todos nós estamos nos movimentando, o senadador Ciro Nogueira que é pretenso candidato está se movimentando também. Agora, eu, mais o Júlio César, a tendência é nós fazermos uma aliança dentro dessa composição do governo, mas tudo isso está dependendo, naturalmente, de um amplo entendimento dos partidos políticos, tudo isso coordenado pelo governador Rafael Fonteles. Então, vai ser a vontade do governador? Não, a vontade dele é preponderante, que ele é o governador, ele é o condutor do processo. Mas a preponderância vai ser de todos os partidos aliados".
PT ACREDITA EM UNIÃO COM O PP DE CIRO, MAS NÃO SERIA "AUTOMÁTICO"
O deputado Merlong Solano (PT-PI), vice-líder do governo na Câmara, também em entrevista à coluna, acredita há possibilidades de composição do governo federal com PP e que pode ter repercussão no Piauí.
"Há quem esteja defendendo dos dois lados", afirmou.