Por Rany Veloso
Marcelo Queiroga chega querendo arrumar a casa. O novo ministro disse na primeira coletiva à imprensa que vai criar uma secretaria exclusiva de combate à Covid e que Bolsonaro deu autonomia para o Queiroga indicar o secretário para comandar a pasta. Ele também falou de uma meta ousada, mas necessária de chegar a 1 milhão de vacinados por dia no Brasil, mas não disse como isso seria feito, nem apresentou plano ou um cronograma.
"Nós temos condições de vacinar muitas pessoas, atualmente vacinamos 300 mil indivíduos todos os dias. O ministro da Saúde e o governo assume o compromisso de em curto prazo aumentar pelo menos em três vezes essa velocidade de vacinação para 1 milhão de vacinas todos os dias", declarou.
Por seis vezes seguidas as metas no país foram derrubadas e até agora pouco mais de 6% da população foi vacinada.
Sobre a mudança nas notificações de mortes e casos da Covid pelo Ministério da Saúde, Queiroga mostrou desconhecimento sobre e afirmou que as informações serão dadas com transparência. "Depois que sair daqui dessa coletiva nós vamos observar o que está acontecendo. Eu não sou maquiador, sou médico, minha função não é maquiagem, minha função é salvar vidas".
O ministro reforça sua base na ciência, mas ao mesmo tempo descarta o lockdown como política de governo. Essa é a única imposição até o momento do presidente Bolsonaro, que falou ontem na reunião entre os poderes que não apoia a medida restritiva.
Ontem também, a Fiocruz alertou que o Brasil precisa de bloqueio ou lockdown por no mínimo 14 dias no estados e capitais que estão com os leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) no limite. Para os pesquisadores, apenas medidas mais rígidas serão capazes de segurar a circulação do vírus.