Por Rany Veloso
Depois da resposta de Jair Bolsonaro ao repórter do Globo, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) entrou com pedido para abertura de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido), além de pedir medidas protetivas ao repórter. O parlamentar também ingressou com uma represetação na Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA).
Outro parlamentar que reagiu ao comportamento do presidente da República foi o deputado federal Alessandro Molom (PSB-RJ), que informou ao blog que vai aditar o pedido de impeachment já apresentado pela bancada contra Bolsonaro para acrescentar mais dois crimes de responsabilidade.
"Bolsonaro cometeu hoje mais dois crimes de responsabilidade: contra o exercício de direitos individuais (art. 85, III CF) e falta de probidade na administração (art. 85, V CF). Acrescentaremos esses crimes no pedido de impeachment apresentado pelo PSB. Além disso, cometeu os crimes de injúria (art. 140 CP) e ameaça (art. 147 CP). Sem liberdade de imprensa não há democracia. É inaceitável que tenhamos um presidente que tenta calar os jornalistas sempre que eles perguntam por que Queiroz depositou dinheiro na conta da primeira dama", afirmou o líder do partido na Câmara.
Ao ser questionado em frente à Catedral de Brasília neste domingo (23) sobre o depósito de R$ 89 mil de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro investigado e preso pelo caso das rachadinhas no Rio de Janeiro, na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro, Jair Bolsonaro disse que encheria a boca repórter de porrada.
Mesmo diante das representações a chance de Bolsonaro responder por alguma é mínima, pois para abertura de inquérito no STF precisa do aval do Procurador-Geral da República, Augusto Aras, indicado por Bolsonaro e desde então tem atuado com uma postura mais defensiva. Na Câmara, os pedidos de impechment precisam da aprovaçãõ de Rodrigo Maia (DEM-RJ), que está de olho numa reeleição e precisa da ajuda do governo.