Por Rany Veloso
Eduardo Pazuello deixou o Ministério da Saúde (MS), mas antes deu declarações polêmicas. O general fez uma espécie de desabafo no discurso de despedida com os servidores nesta quarta-feira (24) e ao lado do novo ministro, Marcelo Queiroga. Pazuello revelou que o MS é o alvo dos políticos, de quem recebeu pressões por interesses nas verbas destinadas à pasta e, na opinião dele, só caiu após barrar um esquema de um grupo de médicos do Ministério, que começou a boicotá-lo.
“O ministério é o foco, o aval das pressões políticas. Por quê? Por causa do dinheiro que é destinado aqui de forma discricionária. A operação de grana com fins políticos acontece aqui. Acabamos com 100%? Claro que não, 100% nem Jesus Cristo. Nós acabamos com muito", declarou.
Pazuello faz questão de detalhar como as coisas aconteciam. “Quando você vem com atributos como esses, causa um olhar. As pessoas começam a te olhar diferente: ‘poxa, você não tem interesse?’ ‘Não’. ‘Não quer falar com a empresa tal?’ ‘Claro que não’. ‘Você não recebe empresa?’ ‘De jeito nenhum’. ‘Não vai aceitar o cara aqui fazendo lobby?’ ‘Não’. ‘Não vai favorecer o partido A, B ou C?’ ‘Claro que não’. ‘E o operador do fulano, beltrano?’ ‘Não’. Porra, vai dar merda. É assim que funciona”.
O ex-ministro também acredita que levou coisas boas provenientes do lado militar, como, honestidade e probidade à pasta. “Faltava gestão, liderança, ética, probidade, honestidade, responsabilidade. Trouxemos esses atributos para onde, normalmente, pela própria construção política que se faz, não são atributos que vêm junto. Quais são os atributos que vêm aqui? Relacionamento normalmente, composição política, direcionamento de politicas não sei do quê. É um cargo político”, afirmou.
E finaliza falando das suas condições, como se isso interferrise no processo de relacionamento com políticos e outros grupos do MS. "Os militares não possuem conta bancária alta, “carros caros, avião. Moramos em casas pequenas, quatro de hotel e andamos com carros de classe média”.