Por Rany Veloso
O que duvidavam aconteceu, a deputada federal Herika Hilton (PSOL) conseguiu mais do que o necessário para protocolar a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que pretende mudar a jornada de trabalho de 6x1 para 4x3 no Congresso Nacional.
"Graças à mobilização da sociedade, em todo Brasil, ultrapassamos as 171 assinaturas necessárias para protocolar a PEC contra a Escala 6x1 e já nos aproximamos de 200 signatários e co-autores", afirmou.
A PEC continuará recebendo assinaturas hoje, e às 17 horas, no Salão Verde da Câmara, a deputada irá se pronunciar com o vereador Rick Azevedo, que também conseguiu mobilizar a pressão popular em uma petição online com mais de 2,3 milhões de assinaturas.
O candidato à presidência da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), se pronunciou sobre e disse que não vai acelerar a tramitação da PEC.
Deputados de centro e da direita estão resistentes à proposta. Mas até um deputado do PL de Bolsonaro assinou a mesma.
O governo Lula está avaliando a possibilidade de execução dessa jornada de trabalho. Ontem, Lula teve reunião com o ministro Luiz Marinho do Trabalho e Emprego. Nas redes sociais, o ministro disse que a mudança na jornada de trabalho é possível, mas se mostrou mais favorável aos acordos coletivos entre patrões e empregados.
O PT já se manifestou, e a favor da proposta. Tanto na Câmara quanto no Senado. A sigla disse que é uma causa defendida desde a Assembleia Constituinte.
ENTENDA A PROPOSTA
A proposta da deputada quer diminuir a carga de trabalho no Brasil, aumentando o tempo de folga, totalizando 36 horas semanais em quatro dias e três de descanso ao invés das 44 horas atuais em seis dias e um de descanso. A justificativa é melhorar a qualidade de vida e saúde mental do trabalhador.
Herika Hilton disse que a atual jornada de trabalho é desumana e quase escravocrata. "A escalada 6x1 é uma prisão, e é incompatível com a dignidade do trabalhador".