Por Rany Veloso
Em menos de 24 horas da decisão de Fachin de anular as condenações de Lula na Lava-Jato, o ministro Gilmar Mendes, presidente da 2ª turma do Supremo Tribunal Federal (STF), colocou na votação desta terça-feira (09) a suspeição do ex-juiz federal Sergio Moro. Fachin ainda tentou adiar a votação e fez pedido ao presidente da corte, Luiz Fux, para que o caso fosse levado ao plenário, mas Fux decidiu não se manifestar e espera o resultado da análise da turma, que incialmente votou se o tema iria a julgamento de fato hoje. Por 4x1, os ministros Gilmar Mendes, Nunes Marques, Carmen Lúcia e Ricardo Lewandovski contra Edson Fachin decidiram julgar a suspeição de Moro.
O caso estava parado há dois anos, pois Gilmar Mendes havia pedido vista, isto é, mais tempo para estudar o processo. Quando a votação parou o placar estava em 2 x 0 para a imparcialidade de Moro. Esses foram os votos do relator Fachin e Carmen Lúcia. Hoje, a tendência é dos ministros reconhecerem a parcialidade do ex-juiz e com isso boa parte das condenações da Lava-Jato estariam comprometidas.
Logo no início da sessão desta terça, Gilmar Mendes relembrou que a turma por maioria no dia 04 de dezembro de 2018 decidiu que o tema deveria ser julgado pelo colegiado e não em plenário, quando todos os 11 ministros estiverem presentes. Mesmo assim, Fachin pediu novamente o adiamento da votação, o que não foi acatado pela maioria.
Assista ao vivo:
16h35 Gilmar Mendes votou a favor da suspeição de Moro. O ministro alegou que os interesses pessoais e políticos se sobressaíram na causa e ainda pede que o ex-juiz arque com as despesas processuais.
O ministro que colocou a Lava-Jato como o maior escândalo judicial da história ainda argumentou que a Força-Tarefa agia como em grupos totalitários do Sistema Soviético e que Moro "pulava o balcão" para deslegitimar o PT, principalmente Lula. Para Mendes, houve uma "absoluta contaminação da sentença".
Já era esperado esse posicionamento do ministro que há muito tempo criticava a forma como a operação estava sendo conduzida.
17h14 Nunes Marques pede vista, ou seja, mais tempo para analisar o assunto, uma vez que ele ainda não tinha estudado o caso, e o julgamento foi adiado.
18h05 Lewandovski vota a favor da supeição de Moro. Ele ressalta que em nenhum momento Moro desmentiu as mensagens trocadas entre ele e os procuradores da Lava-Jato sobre as estratégias usadas.
Placar: 2 x 2
PRONUNCIAMENTO LULA ADIADO PARA AMANHÃ (10)
Após Gilmar Mendes decidir pautar a suspeição de Moro para hoje, Lula remarca coletiva para quarta-feira.
A entrevista do ex-presidente Lula foi remarcada para amanhã (9), em razão do julgamento da suspeição do ex-juiz Sérgio Moro na 2a turma do STF, pautado para ocorrer no mesmo horário em que estava prevista a entrevista.
A coletiva do ex-presidente será realizada nesta quarta-feira, a partir das 11h