Rany Veloso

Coluna da jornalista Rany Veloso, direto de Brasília

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Exclusivo Proibição de celulares em escolas: veja voto dos deputados do Piauí

Projeto de lei que proíbe celulares em escolas avança na CCJ com votos de deputados piauienses

Por Rany Veloso

Dois deputados federais do Piauí possuem vaga de titular na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados, que aprovou nesta quarta-feira (11), o projeto que proíbe alunos de usarem telefone celular e outros aparelhos eletrônicos portáteis em escolas públicas e particulares, inclusive no recreio e intervalo entre as aulas. A proibição vale para a educação básica, que compreende a educação infantil, ensino fundamental e médio.

O deputado Flávio Nogueira (PT-PI) votou a favor da proibição, já o deputado Átila Lira (PP-PI) não votou, pois não estava como suplente da comissão.

A proposta tramitou em caráter conclusivo, ou seja, não precisa passar em plenário e segue direto ao Senado. A não ser que haja recurso para votar no Plenário da Câmara.

O relator, deputado Renan Ferreirinha (PSD-RJ), apresentou parecer favorável ao substitutivo da Comissão de Educação ao Projeto de Lei 104/15, do deputado Alceu Moreira (MDB-RS). Ferreirinha retirou o trecho que proibia o porte dos telefones celulares nos estabelecimentos de ensino.

EXCEÇÕES PARA USO DO CELULAR NAS ESCOLAS

Fica permitido usar o celular: em situações de “estado de perigo, de necessidade ou caso de força maior”;

para garantir direitos fundamentais;

para fins estritamente pedagógicos, em todos os anos da educação básica; e

para garantir acessibilidade, inclusão, e atender às condições de saúde dos estudantes.

RELATOR USOU EXEMPLO DO RIO DE JANEIRO

Renan Ferreirinha afirmou que a proposta segue exemplo bem-sucedido do Rio de Janeiro. “A gente está falando de algo que está destruindo a infância das nossas crianças”, afirmou.

“A escola precisa de regramento, e a gente quer que a tecnologia seja utilizada de forma consciente e responsável”, defendeu.

DEPUTADOS DA DIREITA CRITICARAM O PROJETO E VOTARAM CONTRA

O texto foi criticado por deputados da ala mais conservadora, sob a justificativa de doutrinação nas escolas. Para a deputada Julia Zanatta (PL-SC), o celular pode ser utilizado pelos alunos como meio de prova.

“A gente sabe que existe doutrinação nas escolas. Alunos que são vítimas de professor que não dá matéria e faz proselitismo político”, disse. “Com essa proposta, o celular se transforma em um meio de prova ilegal”, lamentou.

Bia Kicis (PL-DF), Coronel Fernanda (PL-MT), delegado Éder Mauro (PL-PA), delegado Ramagem (PL-RJ), Júlia Zanatta, entre outros bolsonaristas votaram contra.

REGRAS PARA A SAÚDE MENTAL

O texto aprovado determina que as escolas elaborem estratégias para tratar da saúde mental dos alunos da educação básica, apresentando a eles informações sobre riscos, sinais e prevenção do sofrimento psíquico, incluindo o uso imoderado dos celulares.

As redes de ensino também deverão oferecer treinamentos periódicos para detecção, prevenção e abordagem de sinais sugestivos de sofrimento mental, e efeitos danosos do uso imoderado das telas e aparelhos celulares.

Os estabelecimentos de ensino deverão disponibilizar espaços de escuta e acolhimento para receber alunos e funcionários que estejam em sofrimento psíquico principalmente decorrentes do uso imoderado de telas.

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