Por Rany Veloso
O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), negou qualquer tipo de pressão do governo federal sobre o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para a liberação da licença de exploração de petróleo na margem equatorial.
O Ibama liberou hoje, a limpeza da sonda, que deve ser usada para o início das pesquisas, se a autorização oficial for concedida.

“Não teve pressão alguma. Tanto é que essa é uma etapa anterior a ser feita, e o próprio Ibama fez questão de dizer que cumpriu todos os critérios e etapas técnicas necessárias para ter a autorização do serviço de limpeza de sonda”, afirmou Randolfe.
Segundo ele, essa etapa representa “um primeiro grande passo para que a pesquisa se concretize e para eventual exploração se concretize”, mas reforçou que “não há um milímetro sequer de interferência do governo nas decisões do Ibama”.
O senador destacou que a licença para a exploração ainda não foi concedida, mas que a autorização para a limpeza da sonda da Petrobras já representa um avanço significativo.
“É um primeiro passo importante. É desejo dos amapaenses e necessidade para o Brasil abrir novas fronteiras de pesquisa e exploração de petróleo, especialmente na margem equatorial. Mas nada será feito sem cumprir o rigor técnico que uma medida de impacto ambiental como essa exige”, pontuou.
Mais cedo, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), comemorou a autorização da limpeza da sonda para pesquisa na região, que pode levar à exploração do petróleo na margem equatorial.
O tema é acompanhado de perto pelo governo e por setores econômicos interessados na ampliação das reservas petrolíferas do país.
No entanto, técnicos do Ibama recomendaram em parecer a negativa para a licença alegando um grande impacto ambiental. A decisão cabe ao presidente do órgão, Rodrigo Agostinho.
A Petrobras diz que está cumprindo todas as recomendações do Ibama, e que deve ser concluído neste mês o centro de reabilitação de animais em Oiapoque, no Amapá. Esta seria a última obrigação da estatal.
O presidente Lula já reclamou da demora chamando de "lenga-lenga" e defende a pesquisa. "Se depois a gente vai explorar, é outra discussão. O que não dá é para a gente ficar nesse lenga-lenga. O Ibama é um órgão do governo, parecendo um órgão contra o governo".
Países vizinhos, Guiana e Suriname, já ganham os lucros da exploração da fonte poluente.