Rany Veloso

Coluna da jornalista Rany Veloso, direto de Brasília

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Reforço policial em São Raimundo Nonato após grave agressão à jornalista em comício de Isaías Neto

Jornalista foi agredido por apoiadores. Em discurso em palanque, deputado faz apologia à violência.

Por Rany Veloso

Após reunião em São Raimundo Nonato, ao sul do Piauí, nesta segunda-feira (30), o secretário de Segurança do Piauí, Chico Lucas, prometeu rigor e celeridade nas investigações após o episódio de violência no último sábado (28), na cidade, contra o jornalista André Pessoa, que foi espancado e teve o drone e o celular roubados durante comício do candidato à prefeitura Isaías Neto (PT). 

"Não vamos mais tolerar episódios de violência como esse", disse á coluna. Se for comprovado crime eleitoral, o caso vai para a Polícia Federal.

O secretário se reuniu em caráter de urgência, a pedido do governador Rafael Fonteles (PT), que foi acionado pelo senador Marcelo Castro (MDB-PI) diante da gravidade dos fatos para que providências sejam tomadas.

A reunião resultou em um acordo entre a pasta e a Justiça Eleitoral para reforço policial na cidade até as eleições no próximo domingo, dia 6. O mesmo prazo para o superintendente de Operações Integradas, o delegado Matheus Zanatta, permanecer no local, onde irá acompanhar a reta final da campanha. O juiz da 13ª Zona Eleitoral, Carlos Alberto, a promotora de Justiça Gabriela Santana e o comandante do semiárido, coronel Antoni, também estiveram presentes.

CAUSA DA AGRESSÃO 

No sábado (28), enquanto fazia a cobertura jornalística do comício do candidato Isaías Neto para o Portal 180, o jornalista André Pessoa foi espancado e teve celular e drone roubados. Em nota, o candidato Isaías Neto (PT) e o deputado Hélio Isaías (PT) justificaram a agressão pelo fato de o jornalista ter declarado anteriormente que votaria em Rogério Castro (MDB).

O secretário Chico Lucas demonstrou preocupação com a tensão política nas vésperas das eleições.

“É uma determinação do governador Rafael Fontes que a segurança seja prioridade nestas eleições. Não podemos mais tolerar que, em pleno século XXI, a violência seja usada como arma política. Vamos garantir que os eleitores possam votar de forma tranquila e segura”, afirmou o gestor. 

BRIGA ANTIGA

Não é de hoje que os candidatos à prefeitura de São Raimundo Nonato, Isaías Neto (PT), apoiado pela atual prefeita Carmelita Castro (PT), vem trocando farpas com Rogério Castro (MDB), apoiado por Marcelo Castro (MDB). Em um dos evento de campanha, Carmelita chegou a ofender o senador, do qual é prima.

O senador chegou a dizer publicamente que o presidente Lula "caiu em um golpe sujo" a gravar vídeo para o candidato Isaías Neto. Segundo o senador, mesmo ele sendo filiado ao PT, o histórico demonstra que a atual prefeita esteve ao lado de Bolsonaro. Carmelita Castro, irmã de Margarete Coelho (PP), era filiada ao PP de Ciro Nogueira até o ano passado. 

APOLOGIA À VIOLÊNCIA

O esposo da prefeita, Hélio Isaías (PT), que também é deputado estadual, diminuiu a agressão em palanque em uma espécie de comemoração. "O drone dele aqui era vermelho, manipulando. Um rapaz que sempre fez mal a São Raimundo Nonato, sempre, mas graças a Deus ele nunca mais vai filmar". 

O candidato Rogério Castro (MDB), repudiou a violência pedindo paz e respeito, e criticou o comportamento de Hélio Isaías.

PACIFICAÇÃO

Chico Lucas espera que o outro acordo para evitar aglomeração na porta do debate seja cumprido. Os representantes das coligações estavam presentes e segundo ele, a reunião de hoje reforça o compromisso das autoridades com a paz e a ordem durante o processo eleitoral, visando coibir qualquer tipo de violência e assegurar o direito ao voto dos cidadãos.

OBSERVATÓRIO CONTRA A VIOLÊNCIA

A presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministra Carmen Lúcia, disse que nesta segunda, vai publicar uma portaria criando um Observatório Permanente Contra a Violência, para evitar casos do tipo, prevê em legislação e dar celeridade nas investigações e punições.

Até agora já foram mais de 450 casos de violência política registrados neste ano e 15 mortes.

"E preciso que isso fique claro em normas jurídicas nas quais se estabeleçam quais são os critérios de responsabilidade dos partidos, que são os autores das indicações", afirmou a presidente.

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